Antigos presidentes brasileiros criticam Bolsonaro em dia de autárquicas

Publicado: 16/11/2020, 6:10
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Os antigos presidentes do Brasil Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva criticaram, este domingo, o actual chefe de Estado do país, Jair Bolsonaro, após votarem nas autárquicas realizadas em quase todas as cidades do país.

"Há um certo descontrolo, uma arrogância neste Governo (...) É preciso ver como está o povo. Não se esqueça que a situação é muito difícil e entenda que não podemos nos enganar", disse Cardoso para jornalistas que acompanharam a sua passagem pela sessão eleitoral onde ele votou, na cidade brasileira de São Paulo.
Cardoso também aproveitou o momento para criticar o que chamou de descuido do Governo de Bolsonaro em relação a questões como a conservação do meio ambiente e a pandemia de covid-19.
"Há muito desemprego no país. Agora temos o problema da pandemia, também temos incêndios na região amazónica e a sensação é de muita falta de controlo", disse o antigo chefe de Estado, que governou o Brasil entre 1994 e 2002.
Outro ex-presidente que falou aos jornalistas neste domingo foi Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), que votou na cidade de São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo, no início da manhã.
Numa breve conferência de imprensa, Lula da Silva afirmou que "somente os fanáticos é que podem achar que o Bolsonaro faz alguma coisa de útil para esse país".
"O Bolsonaro destrói. Destrói costume, destrói cultura e destrói a economia. Nós nunca tivemos tanto desemprego como nós temos hoje, nunca tivemos tantas incertezas como nós temos hoje. O Brasil nunca esteve tão desmoralizado aos olhos do mundo como nós estamos hoje. Ninguém acredita nesse país", disparou o ex-presidente.
Lula da Silva também defendeu o Partido dos Trabalhadores (PT), que foi criticado por lançar candidaturas em cidades onde as sondagens mostram poucas hipóteses de vitória ao invés de compor alianças com outros partidos de esquerda com quem poderia formar uma frente ampla para enfrentar Bolsonaro nas próximas presidenciais, em 2022.
"O que é preciso estabelecer entre nós é que nós temos o direito de sermos adversários. As pessoas se esquecem que em 2016 o [Fernando] Haddad {ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato à Presidência] não foi para a segunda volta porque nós tivemos companheiras como a Marta [Suplicy, ex-prefeita de São Paulo], que foi candidata e tirou 10% do voto" afirmou Lula da Silva.
O antigo chefe de Estado também afirmou que os partidos de esquerda podem ter pontos de vista divergentes, mas defendeu "adoptar uma política de respeito mútuo entre os partidos, entre as pessoas do partido", com vista a "trabalhar de forma que um candidato progressista de esquerda possa ganhar as eleições de 2022".
O Brasil realizou, este domingo, eleições para escolher os prefeitos e vereadores das câmaras legislativas de 5.557 cidades, número que exclui o Distrito Federal, onde a administração do território, incluindo a capital do país, Brasília, é exercida pelo governador, e também Macapá, capital do estado do Amapá, onde a votação foi adiada devido a problemas no abastecimento eléctrico.
Neste ano, há uma preocupação redobrada com higiene e as condições sanitárias dos locais de votação para evitar a proliferação da covid-19. (RM /NMinuto)

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