O Dia do Trabalhador foi comemorado, pelo segundo ano consecutivo, de forma discreta e sem grandes manifestações em várias partes do mundo devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19, com a exigência de recuperação do emprego.
Na Alemanha, dezenas de milhares de pessoas participaram em cerca de vinte manifestações no dia 1º de Maio, em Berlim, sob fortes medidas de segurança.
Cerca de 5.000 polícias estiveram nas ruas de Berlim e a situação a meio da tarde era "relativamente calma", segundo a polícia citada pela agência EFE.
O incidente mais relevante na capital alemã foi a suspensão do principal protesto convocado pelo movimento "Querdenker", que nega a pandemia.
Já a manifestação em Paris, França, convocada pelos sindicatos e acompanhada por alguns representantes do movimento "coletes amarelos", resultou em incidentes com a polícia, que fez 34 detenções.
A tradicional manifestação, que reuniu 25.000 pessoas na capital francesa, segundo os organizadores, 17.000 segundo o Governo, terminou violentamente quando um grupo de radicais se recusou a deixar a Place de la Nation.
Na Turquia, a polícia deteve mais de 200 pessoas e usou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes em Istambul, onde decorre um bloqueio total para conter o coronavírus.
Fontes sindicais e trabalhistas referem que o número de detidos é de cerca de 230.
Itália comemorou o Dia do Trabalhador exigindo esforços para melhorar o mercado de trabalho após a pandemia e com esperança no plano de recuperação, com os três sindicatos principais, CGIL, CISL e UIL, a promoverem várias actividades sob o lema "A Itália cura-se com o trabalho".
As manifestações do 1.º de Maio em Espanha voltaram às ruas, uma vez que não puderam ser realizadas no ano passado devido à pandemia, mas houve limitação de participantes e uma presença incomum de representantes do governo.
Sob o lema "Agora é hora de cumprir. Um país em dívida com os seus trabalhadores", a marcha principal de Madrid teve uma capacidade máxima de mil pessoas, enquanto em 2020 não puderam sequer ser realizadas manifestações porque o país estava confinado.
Na Rússia, dada a situação de saúde, as autoridades de muitas cidades, incluindo Moscovo, proibiram as tradicionais celebrações em massa do 1.º de Maio, pelo segundo ano consecutivo.
A maioria dos sindicatos e partidos políticos limitou-se a realizar comícios virtuais, embora os comunistas estivessem presentes no centro de Moscovo, apesar das restrições.
Por sua vez, em Washington, Estados Unidos, centenas de pessoas, a maioria imigrantes, exigiram a regularização e a obtenção da cidadania para os 11 milhões de imigrantes ilegais e reafirmaram a sua força de trabalho no país.
A pandemia no Brasil, com mais de 14,6 milhões de casos confirmados e 403.000 mortes, não impediu que milhares de manifestantes saíssem às ruas para apoiar ou protestar contra o governo.
A maior parte das mobilizações, realizadas com concentrações e caravanas de automóveis, foram a favor do presidente, Jair Bolsonaro, um dos líderes mais céticos quanto à gravidade da pandemia.
Como é tradicional a cada ano, embora em número menor devido às restrições impostas em várias regiões para evitar a contenção do avanço do coronavírus, as centrais sindicais convocaram diversas mobilizações para comemorar o 1º de Maio e protestar contra o poder Executivo.
Por sua vez, na Venezuela, trabalhadores de diferentes sindicatos exigiram salários "decentes" e vacinação em massa contra a covid-19 quando decorre uma "crise humanitária" no país.
Em vários estados, dezenas de trabalhadores, acompanhados por organizações civis e políticos da oposição, reuniram-se para expressar o seu repúdio face às atuais condições de trabalho.
O Dia Internacional do Trabalho, que convoca greves manifestações no Chile todos os anos, foi comemorado desta vez discretamente com um evento virtual devido às restrições que se aplicam aos fins-de-semana na maior parte do país.
O congelamento de preços e o aumento do salário mínimo foram algumas das principais reivindicações exigidas na manifestação convocada pela Unidade Central dos Trabalhadores (CUT) do Chile, que foi transmitida nas redes sociais. (RM /NMinuto)
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