Os talibãs, cujos combatentes têm multiplicado as ofensivas no terreno à medida que se aproxima o prazo para a retirada dos militares norte-americanos do Afeganistão, pediram hoje "garantias" para a instauração de um "autêntico regime islâmico" através da negociação.
Num comunicado, o mullah Abdul Ghani Baradar, um dos membros da delegação talibã que participa nas negociações inter-afegãs em Doha, reafirmou que um "autêntico regime islâmico" é a "melhor solução e a exigência de todos os afegãos".
"A nossa participação nas negociações mostra que acreditamos na solução dos problemas por meio do entendimento mútuo. Apelamos à comunidade internacional para deixar os afegãos decidirem o seu destino e o do país", referiu o mullah.
As negociações sobre uma possível divisão do poder, que começaram em Setembro passado, em Doha, entre os talibãs e o governo afegão, estão actualmente paralisadas.
Vice-Chefe para os Assuntos Políticos do movimento, o mullah garantiu que os talibãs "preservarão os direitos de todos os cidadãos, homens e mulheres, à luz dos preceitos do Islão e das tradições da sociedade afegã".
Baradar exortou os jovens afegãos a permanecerem no país em vez de procurarem exílio.
"Fiquem e sirvam o país e o povo: o Emirado Islâmico dar-lhe-á a oportunidade. Fiquem (...) em vez de irem para o estrangeiro com as vossas famílias e os vossos filhos por um pedaço de pão", insistiu.
Em 2020, uma série de "assassínios cirúrgicos" atribuídos aos Talibãs matou dezenas de jovens afegãos com instrução, entre jornalistas, magistrados, académicos e activistas de direitos humanos, gerando a procura de exílio fora do país.
Embora a minoria xiita Hazara esteja a ser um alvo específico dos ataques dos talibãs nos bairros ocidentais de Cabul, Baradar disse que irá garantir os direitos das minorias e de todos os cidadãos.
O mullah Baradar garantiu também um "ambiente seguro" para os "diplomatas e funcionários de organizações humanitárias" presentes no país.
Após 20 anos de presença norte-americana, apoiada pelas forças da Organização do tratado do Atlântico Norte (NATO), o Presidente norte-americano Joe Biden fixou a data simbólica de 11 de Setembro deste ano para a retirada completa das tropas, operação já praticamente concluída. (RM /NMinuto)
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