O cozinheiro espanhol José Andrés e a ONG que fundou, World Central Kitchen, foram distinguidos esta quarta-feira, em Oviedo, Espanha, com o Prémio Princesa das Astúrias da Concórdia 2021, pela ajuda humanitária concedida aos mais desfavorecidos em situações extremas.
O júri salientou a capacidade do vencedor do prémio em "construir uma organização que tem dado uma resposta extraordinariamente rápida e eficaz no terreno para satisfazer as necessidades de emergências alimentares e sociais".
A Fundação Princesa das Astúrias afirma que José Andrés se "converteu num dos cozinheiros mais reconhecidos do mundo", depois de, em 2012, ter fundado, após ter viajado ao Haiti em 2010 para prestar ajuda humanitária, a World Central Kitchen (Cozinha Central Mundial), com a qual realizou "vários projectos de cooperação com a cozinha como elemento central".
José Ramón Andrés Puerta nasceu em 13 de Julho de 1969 em Mieres (Astúrias, Espanha) e desde a sua chegada aos Estados Unidos da América em 1991, "conseguiu tornar-se uma referência entre os chefes de cozinha deste país", segundo a Fundação.
Proprietário de mais de 20 restaurantes, tem participado em numerosas publicações e programas de televisão relacionados com a cozinha, contribuindo assim para "a divulgação e popularizar a gastronomia espanhola".
Andrés converteu seis dos seus restaurantes, em Washington (D.C.) e Nova Iorque em cozinhas comunitárias, e a World Central Kitchen coordenou com vários parceiros a distribuição de alimentos.
Em 2014 foi nomeado como um "Americano Excecional" pelo ex-Presidente dos Estados Unidos Barack Obama.
Durante o ano passado, a organização Não Governamental (ONG) que fundou distribuiu alimentos às pessoas necessitadas na fronteira entre os Estados Unidos e o México e às vítimas do terramoto de Majumu, na Indonésia, entre outros locais.
Este foi o oitavo e último dos Prémios Princesa das Astúrias atribuídos este ano, depois de o galardão para a Comunicação e Humanidades ter sido dado à jornalista e escritora norte-americana Gloria Steinem, o das Artes à artista sérvia Marina Abramovic e o das Ciências Sociais ao economista indiano Amartya Sem.
No Desporto, o prémio foi atribuído à nadadora espanhola Teresa Peralves, nas Letras ao escritor francês Emmanuel Carrère e na Cooperação Internacional à organização Campanha para a Educação Feminina (CAMFED).
O prémio para a Investigação Científica e Técnica 2021 foi atribuído a sete cientistas e médicos que contribuíram para o desenvolvimento de várias vacinas contra a covid-19.
O Prémio para a Concórdia foi atribuído em 2020 aos profissionais de saúde espanhóis que estiveram em contacto directo com os doentes da covid-19, em anos anteriores a personalidades ou entidades como a cidade polaca de Gdansk (2019), a União Europeia (2017), Aldeias de Crianças SOS (2016), os heróis de Fukushima (2011), UNICEF (2006), Adolfo Suárez (1996) e rei Hussein da Jordânia (1995), entre outros.
Os Prémios Princesa das Astúrias distinguem, em termos gerais, o "trabalho científico, técnico, cultural, social e humanitário" realizado por pessoas ou instituições a nível internacional.
O galardão da Concórdia é atribuído ao "trabalho de defesa e generalização dos direitos humanos, o fomento e a protecção da paz, da liberdade, da solidariedade, do património mundial e, em geral, do progresso da humanidade".
Cada prémio consiste numa escultura do pintor e escultor espanhol Joan Miró -- símbolo que representa o galardão -, 50.000 euros, um diploma e uma insígnia, que, até 2019, foi entregue numa cerimónia solene presidida pelo Rei de Espanha, Felipe VI, no teatro Campoamor, em Oviedo. (RM-NM)
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