A Câmara dos Representantes aprovou na quarta-feira, com oposição do partido republicano, a formação de uma nova comissão especial para investigar o ataque ao Capitólio, a 6 de Janeiro.
A votação na Câmara para a formação desta nova comissão foi de 222 votos a favor e 190 contra, com todos os republicanos, à excepção de dois, a oporem-se à comissão, sob liderança dos democratas.
Antes da votação, a líder dos democratas, Nancy Pelosi, referiu aos membros da Câmara que "as gerações futuras irão julgar a forma como [este órgão] valorizou a democracia".
Nancy Pelosi apontou ainda que preferia um painel independente a conduzir o inquérito, mas que não era possível esperar mais para iniciar um inquérito ao pior ataque ao Capitólio em mais de 200 anos.
Durante a votação, Pelosi colocou-se junto de vários polícias que lutaram contra os invasores e da família de um dos polícias mortos nestes ataques.
Um dos polícias, Michael Fanone, da Polícia Metropolitana de Washington, manifestou-se indignado com os republicanos, por votarem contra uma investigação depois de quase ter perdido a vida para protegê-los.
A maioria dos republicanos votou contra e poucos optaram por fazer declaração de defesa do seu voto.
O congressista Michael Burgess, do Estado do Texas, realçou que se opunha a "uma parte a investigar a outra".
A comissão será liderada por democratas, com Pelosi a nomear um presidente e pelo menos oito dos 13 elementos, sendo que tem também uma palavra sobre a possível nomeação dos outros cinco membros, que serão nomeados "após consulta" com o líder republicano na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy.
Esta comissão surge após os republicanos no Senado terem bloqueado a legislação que permitiria formar uma comissão bipartidária independente para investigar os ataques dos apoiantes do antigo presidente norte-americano, Donald Trump.
No início do mês, Nancy Pelosi revelou que a Câmara dos Representantes iria intensificar as investigações sobre a violenta invasão do Capitólio por uma multidão que tentava impedir a validação da vitória eleitoral de Joe Biden.
A maioria dos republicanos tem deixado claro que pretende seguir em frente em relação ao ataque de 06 de Janeiro e deixar de lado as muitas perguntas sem resposta, incluindo como é que o Governo e as forças de segurança ignoraram informações sobre a preparação do tumulto e qual o papel de Trump antes e durante o ataque.
Sete pessoas morreram durante e após os distúrbios, incluindo quatro apoiantes de Trump e dois polícias, que cometeram suicídio nos dias que se seguiram.
Um terceiro oficial de polícia do Capitólio, Brian Sicknick, desmaiou e morreu depois de se envolver com os manifestantes, mas um médico determinou que este morreu de causas naturais. (RM-NM)
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