Os talibãs proclamaram, esta segunda-feira, "independência total" do Afeganistão, depois de os últimos soldados dos Estados Unidos da América (EUA) terem deixado o país, após 20 anos de presença das forças norte-americanas em território afegã
"Os soldados americanos deixaram o aeroporto de Cabul e a nossa nação obteve a sua independência total", disse o porta-voz do grupo extremista islâmico, Zabihullah Mujahid.
Após o anúncio dos EUA da retirada do seu último contingente militar, ao fim de 20 anos de guerra, um alto responsável dos talibãs disse que foi feita história.
"Fizemos história novamente. Os 20 anos de ocupação dos Afeganistão pelos Estados Unidos [da América] e pela NATO terminaram esta noite", escreveu Anas Haqqani no Twitter, líder do movimento islâmico, na segunda-feira.
Anas Haqqani acrescentou estar "muito feliz - após 20 anos de 'jihad', sacrifício e adversidades - por ter a satisfação de ver estes momentos históricos".
Os EUA confirmaram, esta segunda-feira, que os seus últimos soldados abandonaram o país antes do prazo de terça-feira, encerrando a guerra mais longa da história do país e o esforço para retirar cidadãos afegãos e estrangeiros, ao longo das últimas duas semanas.
Os talibãs conquistaram a maior parte do Afeganistão no início do mês de Agosto.
Por volta das 00:00 desta terça-feira (hora de Cabul, os combatentes do grupo extremista islâmico viram os últimos aviões dos EUA a desaparecerem no céu e dispararam tiros para o ar, celebrando a vitória.
"Os últimos aviões partiram, acabou. Não consigo expressar a minha felicidade em palavras... Os nossos 20 anos de sacrifício resultaram", disse Hemad Sherzad, um combatente dos talibãs, no aeroporto internacional de Cabul.
O último avião C-17 norte-americano descolou, esta segunda-feira, do aeroporto de Cabul, às 20:29 de Lisboa, segundo o Pentágono.
A partida dos aviões marcou o fim de uma grande operação de evacuação, na qual dezenas de milhares de pessoas fugiram do Afeganistão com medo do regresso do domínio dos talibãs.
Os Estados Unidos terminaram, esta segunda-feira, a sua guerra mais longa com a retirada militar do Afeganistão, país que invadiram há 20 anos, logo após terem sofrido os ataques terroristas de 11 de Setembro.
Os EUA deixam o Afeganistão de novo nas mãos dos talibãs, cujo primeiro regime (1996-2001) tinham derrubado em Dezembro de 2001, quando o grupo extremista se recusou a entregar o então líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden.
A retirada das forças internacionais foi negociada com os talibãs, em Fevereiro de 2020, e ocorre 15 dias depois de o movimento rebelde ter conquistado Cabul, depondo o Presidente Ashraf Ghani.
A vitória dos talibãs desencadeou uma operação das forças internacionais que permitiu retirar do país mais de 100.000 estrangeiros e afegãos a partir do aeroporto de Cabul.
Com a capital afegã controlada pelos talibãs, a operação foi marcada pelo desespero de milhares de afegãos a querer fugir do país e por ataques do grupo extremista Estado Islâmico, incluindo um atentado bombista que matou cerca de 200 pessoas.(RM /NMinuto)
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