O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 13,25%.
A decisão assenta na manutenção das perspectivas de inflação em um dígito, apesar da prevalência de riscos e incertezas elevados, sobretudo os decorrentes dos impactos da COVID-19.
Adicionalmente, o CPMO decidiu reduzir os coeficientes de Reservas Obrigatórias para os passivos em moeda nacional de 11,50% para 10,50%, e em moeda estrangeira de 34,50% para 11,50%, visando disponibilizar mais liquidez para a economia.
Os riscos e incertezas associados às projecções de inflação abrandaram, porém, mantêm-se elevados.
A nível interno, destaca-se o abrandamento da instabilidade militar na zona norte do país e a prevalência de incertezas quanto ao prolongamento e magnitude do impacto da COVID-19 na economia, e quanto à dinâmica dos preços dos bens e serviços administrados.
A nível externo, mantêm-se igualmente as incertezas em relação à evolução da pandemia, e acresce-se o risco associado aos constrangimentos das cadeias de fornecimento de bens e serviços, com potencial de limitar a oferta de produtos importados.
Mantêm-se as perspectivas de uma inflação de um dígito no curto e médio prazo.
A inflação anual situou-se em 5,6% em Agosto, após 5,5% em Julho, num contexto de menor depreciação do Metical face ao Dólar norte-americano.
A inflação subjacente, que exclui os preços dos bens e serviços administrados, e das frutas e vegetais, aumentou ligeiramente.
Para o curto e médio prazo, prevê-se que a inflação se mantenha em um dígito, apesar das perspectivas de aumento dos preços dos alimentos e do petróleo no mercado internacional.
Consolidam-se as perspectivas de recuperação gradual da economia em 2021 e 2022.
O produto interno bruto cresceu em 2,0% no segundo trimestre de 2021, em virtude da recuperação de maior parte dos sectores de actividade económica.
Para 2021 e 2022, antevê-se uma recuperação gradual da economia, impulsionada, sobretudo, pela procura externa.
No entanto, o retorno ao crescimento económico robusto continuará a exigir o aprofundamento de reformas estruturantes na economia, visando fortalecer as instituições, melhorar o ambiente de negócios, atrair investimentos e gerar emprego. (RM)
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