O Presidente francês, Emmanuel Macron, que ainda não é oficialmente candidato à reeleição, anunciou esta terça-feira uma série de medidas relativas à segurança, um dos grandes temas da campanha para as eleições presidenciais de 2022.
A sete meses das presidenciais, Macron indicou pretender a duplicação dos polícias no terreno em 10 anos, dar mais 500 milhões de euros para o Ministério do Interior em 2022 e a criação de um órgão parlamentar de controlo das forças de segurança.
O chefe de Estado, que falava na escola nacional de polícia em Roubaix (norte), dirigia-se a agentes da polícia e da guarda militarizada, mas também aos eleitos da região, entre os quais um dos seus rivais, Xavier Bertrand, que lidera as sondagens entre os candidatos da direita às presidenciais.
Macron prometeu ainda a "simplificação" da condução dos inquéritos e disse esperar que em 2023 possa existir a "queixa 'online'".
Anunciou igualmente a criação de um centro de formação sobre a manutenção da ordem destinado aos polícias, cuja ação durante as manifestações tem sido criticada, nomeadamente face ao movimento dos "coletes amarelos", marcado por confrontos e violência.
O discurso de Macron surge na sequência do processo de concertação lançado em fevereiro após o espancamento por polícias de um produtor de música negra, Michel Zecler, em Novembro de 2020 em Paris. O caso relançou o debate recorrente em França sobre a violência e o racismo na polícia.
Após aquele caso, Emmanuel Macron reconheceu a existência de controlos devido aos preconceitos e a violência por parte de agentes. As declarações foram muito mal recebidas pelos sindicatos da polícia, aos quais se procurou dar resposta através do processo de concertação.
Xavier Bertrand considerou como "um discurso de candidato" a apresentação do Presidente francês, que, criticou, "passou ao lado da segurança durante todo o seu mandato".
Na mesma linha, o deputado da esquerda radical Hugo Bernalicis disse que "em quatro anos e meio (de mandato de Macron) nada foi feito e nada será feito se for mais cinco anos". (RM-NM)
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