O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou hoje a "tentativa de golpe" no Sudão, advertindo contra acções que possam minar a desejada transição pacífica neste país africano.
Guterres "condenou a tentativa de golpe" no Sudão e "apelou a todas partes para a implementação das aspirações do povo sudanês a um futuro democrático, estável, pacífico e inclusivo", disse um porta-voz, citado pela agência France-Presse.
As declarações do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) surgem no contexto de uma crise política neste país africano, depois de uma tentativa falhada de golpe de Estado.
O Governo sudanês acusou hoje apoiantes do regime do ex-presidente Omar al-Bashir, deposto em Abril de 2019, de estarem por detrás da tentativa de golpe que foi abortada pelo Exército.
Numa declaração lida na televisão oficial Al Sudan, o ministro da Informação e porta-voz do Governo, Hamza Balul, assegurou que "a tentativa falhada de golpe foi perpetrada por oficiais das Forças Armadas remanescentes do antigo regime" de Al-Bashir, ele próprio um oficial que chegou ao poder através de um golpe em 1989.
O porta-voz disse que o Governo tem "a situação sob controlo" e que os golpistas, tanto militares como civis, foram presos, sem dar mais pormenores.
Balul acrescentou que a tentativa teve lugar no quartel na zona de Al Shagara.
Uma fonte militar que pediu anonimato disse, citado pela Efe, que mais de 40 soldados da divisão blindada das zonas militares Um Durman e Wadi Sidna, incluindo um general, tinham sido detidos e enviados para uma prisão militar para interrogatório.
De acordo com a fonte militar, os golpistas tinham como objectivo controlar as estações oficiais de rádio e televisão e depois prender os membros do Conselho Soberano, chefiado pelo general Abdelfatah al Burhan, e do Governo do primeiro-ministro Abdullah Hamdok.
Estes dois órgãos executivos civis e militares dirigem o país nesta fase de transição para a democracia, que começou depois de os militares terem derrubado Al-Bashir, após meses de protestos populares nas ruas do Sudão.
Al-Bashir era um militar de tendências islamitas, impôs a lei islâmica no Sudão e apoiou governos e movimentos radicais, o que motivou o isolamento da comunidade internacional e a aplicação de sanções.(RM/NMinuto)
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