O Presidente da República, Filipe Nyusi, diz acreditar na retoma, em breve, dos projectos de gás na Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, mercê da libertação, recentemente, de todas as vilas e localidades, anteriormente ocupadas por insurgentes.
O Chefe do Estado disse, este sábado, em Pemba, que a retoma dos projectos, com destaque para o da TOTAL, em Palma, não é desejo apenas de Moçambique, mas de todo o mundo.
“ É o desejo de nós todos, todo o mundo que quer prosperar. Os projectos naquela zona, alguns timidamente continuaram, outros pararam porque de facto era uma zona de fogo, mas brevemente, tudo indica, a parte do on shore vai ser visível o trabalho que estávamos a fazer na prospecção, o que é vai acontecer no mar. Acreditamos porque, as empresas que deixaram de estar na zona, não saíram porque queriam sair; os nossos amigos, neste caso concreto da TOTAL, eles disseram que não estamos a sair por causa de que queremos fugir, estamos a sair porque não podemos estar com vidas em risco”, disse.
Apesar da libertação das vilas e localidades, das mãos dos terroristas, o Presidente da República reiterou que é importante ser cauteloso em relação ao regresso da população.
Nyusi desmentiu a tese de que o terrorismo, em Cabo Delgado, resulta de assimetrias sociais.
Esclareceu igualmente, que a presença das tropas ruandesas no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, resulta de um convite formulado pelo governo moçambicano.
Nyusi disse que contrariamente ao que é defendido por alguns círculos de opinião, a intervenção do Ruanda em Moçambique, não se relaciona com interesses à margem da cooperação, por parte deste país africano.
“Foi Moçambique que convidou o Ruanda. Pessoalmente, sabe, em muitas ocasiões interagimos, não só com o presidente Kagame, mas também outros países. Íamos estudando e muito bem encontramos a solução de que, na base da experiência, da prontidão, do relacionamento, nós achamos que estávamos prontos para trabalhar com o Ruanda; já teve missões em diferentes momentos, também estamos a atravessar uma fase de relacionamento óptimo, mesmo no âmbito do desenvolvimento, em geral, em todas as actividades. Quando o presidente Kagame visitou Moçambique e quando eu fui visitar o Ruanda, e das interacções que temos tido ao longo dos tempos, havia condições para isso, para a prontidão “, disse.
Filipe Nyusi falava numa conferência de imprensa conjunta com o presidente ruandês, Paul Kagame, em Pemba, palco das celebrações centrais do dia 25 de Setembro, Dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique.
Entretanto, Paul Kagame, convidado de honra à celebração dos 57 anos do desencadeamento da luta de libertação nacional e Dia das FADM, garantiu que o seu país sempre estará disposto a cooperar com Moçambique.
O Presidente ruandês esteve, em Cado Delgado, desde, esta sexta-feira, tendo saudado a tropa do seu país estacionada na província, no combate ao terrorismo, para além de ter mantido um encontro com o Chefe do Estado moçambicano, Filipe Nyusi. (RM)
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