A viúva do ex-presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, protestou esta segunda-feira contra a decisão do tribunal de exumar os restos mortais do seu marido para o santuário nacional em Harare.
Robert Mugabe morreu em 6 de Setembro de 2019 com 95 anos, dos quais 37 foram passados como líder do Zimbabwe.
O ex-presidente foi sepultado na sua aldeia natal, em Kutama, a cerca de 100 quilómetros a oeste da capital, após dias de disputas entre a sua família e o Governo, que queriam definir o seu local de enterro.
Os seus familiares tinham-se oposto ao plano das autoridades de o enterrar no Acre de Heróis Nacionais, em Harare, um santuário reservado para as altas personalidades do país, onde se tinha iniciado a construção de um mausoléu especial.
Grace Mugabe foi condenada em Maio de 2021 ao pagamento da doação de cinco vacas e duas cabras, por ter enterrado o marido no pátio de sua casa.
O tribunal tinha também ordenado a exumação e o enterro dos restos mortais de Robert Mugabe em Harare, como o Governo tinha inicialmente pedido, para a prestação de uma última homenagem.
Os filhos de Mugabe contestaram a decisão em tribunal, mas esta foi confirmada.
Segundo os documentos publicados pelo tribunal, Grace Mugabe recorreu da decisão, dizendo que esta era "grosseiramente irregular e irracional", de acordo com a agência France-Presse.
Mugabe foi deposto em Novembro de 2017, através de um golpe militar com a ajuda do seu próprio partido, a União Nacional Africana do Zimbabwe - Frente Patriótica. Foi através deste golpe que se instalou no poder o actual Presidente, Emmerson Mnangagwa.
O golpe militar tornou conturbadas as relações entre Mugabe e o actual Governo.
Segundo a família, o ex-presidente "guardava um rancor amargo contra as novas autoridades até ao seu último suspiro" e recusou-se a ser enterrado no santuário de Heróis Nacionais. (RM-NM)
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