O comandante líbio Khalifa Haftar apresentou hoje na cidade de Benghazi, no leste da Líbia, a sua candidatura às eleições presidenciais do país de 24 de Dezembro.
Khalifa Haftar comanda as auto-intituladas Forças Armadas Árabes da Líbia, mas delegou as suas funções militares em Setembro ao chefe de gabinete, Abdel-Razek al-Nadhouri, por três meses, para cumprir os termos da candidatura.
O anúncio de Haftar foi feito depois que Seif al-Islam Kadhafi, filho e do antigo líder líbio Muammar Kadhafi, ter apresentado os documentos de candidatura no domingo na cidade de Sabha.
O filho do antigo líder líbio é procurado pelo Tribunal Penal Internacional sob a acusação de crimes contra a humanidade e passou grande parte dos últimos anos na clandestinidade.
Ao ser anunciada a apresentação da candidatura de Saif-al-Islam, procurado pela justiça internacional, vários altos dignitários de diferentes cidades líbias apelaram ao boicote às eleições presidenciais de 24 de Dezembro.
"Rejeitamos a candidatura daqueles que usaram força excessiva durante a revolta do povo líbio e que são alvo de mandados de prisão do sistema de justiça líbio e do Tribunal Penal Internacional (TPI)", declarou o Conselho de Notáveis e Sábios de Misrata, 200 quilómetros a oeste de Tripoli, bastião da revolta contra o regime de Kadhafi e de onde vieram as milícias mais poderosas do oeste da Líbia.
As eleições devem constituir um virar a página após uma década de guerra civil, iniciada após a queda do regime de Muammar Kadhafi, morto em 2011 durante uma revolta popular, e encerrar as lutas entre os dois campos rivais, um no oeste e outro no leste do país.
No final de Julho, Saif al-Islam, filho mais novo do ex-ditador líbio, falou, em entrevista ao New York Times, da sua intenção de se candidatar à presidência.
O agora candidato foi capturado em 2011 por um grupo armado em Zenten, no noroeste da Líbia, tendo sido condenado à morte em 2015, depois de um julgamento rápido.
No entanto, o grupo que o deteve recusou-se a entregá-lo às autoridades ou ao Tribunal Penal Internacional (TPI), que o procura desde 2011 sob a acusação de "crimes contra a humanidade". O grupo libertou-o em 2017 e não deixou rasto. (RM /NMinuto)
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