O governo britânico aconselhou hoje os seus nacionais a saírem "imediatamente" da Etiópia devido à deterioração do conflito naquele país africano, que poderá afectar as ligações aéreas no aeroporto da capital Addis Abeba.
"O conflito na Etiópia está a deteriorar-se rapidamente. Nos próximos dias, podemos ver os combates a aproximar-se de Addis Abeba, o que pode limitar fortemente as opções para os cidadãos britânicos deixarem a Etiópia", afirmou a secretária de Estado para África, Vicky Ford, num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) britânico.
A governante urgiu "todos os cidadãos britânicos - em qualquer situação - que partam imediatamente, enquanto os voos comerciais estão disponíveis e o Aeroporto Internacional de Addis Ababa Bole permanece aberto".
Para facilitar as viagens, o Governo britânico disponibilizou empréstimos sem juros para ajudar a regressarem ao Reino Unido os cidadãos britânicos sem meios financeiros e suspendeu temporariamente a exigência de um teste pré-embarque aos não vacinados contra a covid-19.
"Aqueles que optarem por não sair agora devem preparar-se para se abrigar num local seguro nas próximas semanas. Não podemos garantir que haverá opções para deixar a Etiópia no futuro", acrescentou.
O MNE britânico já tinha aconselhado em 09 de novembro os cidadãos britânicos a deixarem o país devido ao agravamento do conflito.
Na terça-feira, a França já havia tomado a mesma decisão e a ONU já ordenou a retirada dos de familiares dos funcionários da organização no país.
A guerra eclodiu em 04 de Novembro de 2020, quando Abiy ordenou uma ofensiva contra a TPLF, em retaliação a um ataque a uma base militar federal e na sequência de uma escalada de tensões políticas.
Até agora, segundo as Nações Unidas, milhares de pessoas foram mortas e registam-se cerca de dois milhões de deslocados em Tigray, cujos rebeldes expandiram o conflito para as regiões vizinhas de Amhara e Afar.
A TPLF, que antes de Abiy chegar ao poder em 2018 dominou o Governo etíope, formou também uma aliança com outros grupos insurgentes, tais como o Exército de Libertação Oromo (OLA), activo na região de Oromia, no redor de Adis Abeba.
O balanço do conflito ascende a milhares de mortos, a dois milhões de pessoas deslocadas internamente e, pelo menos, 75.000 refugiados no vizinho Sudão, de acordo com números oficiais. (RM /NMinuto)
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