Pelo menos 17 pessoas foram hoje mortas em confrontos entre as forças de segurança somalis e combatentes do grupo radical islâmico al Shabab na cidade de Baxdo, estado central somali de Galmudug de acordo com fontes militares.
"Aal Shabab atacou-nos esta manhã e defendemos o povo", disse Abdinur Hasan, um comandante da milícia Ahlu Sunna Wal Jama'a (ASWJ), um grupo paramilitar de sufis moderados, que apoia as forças de segurança de Galmudug, em declarações à agência Efe.
De acordo com a mesma fonte, os mortos incluem cinco militantes da ASWJ, nove combatentes jihadistas da al Shabab e três civis.
Abdinur Hasan acrescentou que, pelo menos, 23 pessoas foram feridas, mas não especificou se foram combatentes ou civis.
Alguns civis em Baxdo -- onde existe uma grande escola islamita, que atrai académicos de todo o país -- juntaram-se em apoio às forças de segurança para repelir o ataque da al Shabab, e a situação está agora "calma", disse Hasan.
A al Shabab, filiada na al Qaeda desde 2012, tem levado a cabo numerosos ataques terrorista na capital da Somália, Mogadíscio, assim como em várias zonas do país.
Apesar das operações da Missão da União Africana na Somália (AMISON), do exército somali e das milícias aliadas, a al Shabab ainda controla, de facto, várias áreas rurais no centro e sul da Somália, onde o grupo jihadista pretende estabelecer um estado islâmico Wahhabi (ultraconservador).
A insegurança causada pela al Shabab foi agravada por uma profunda crise política no país, resultante do adiamento das eleições presidenciais por várias vezes devido a desacordos políticos entre o Presidente somali, Mohamed Abdullahi Mohamed, e o seu chefe do Governo, Mohamed Hussein Roble.
Embora o prazo para a Somália completar um sistema complexo de eleições parlamentares fosse 24 de Dezembro, até agora menos de 30 dos 275 deputados da câmara baixa do Parlamento somali foram eleitos, desde o início do escrutínio em 01 de Novembro.
Os 54 senadores da câmara alta do parlamento foram entretanto nomeados nos vários estados do país.
As eleições presidenciais na Somália estavam marcadas para 10 de Outubro, mas não foram realizadas devido a desacordos políticos.
O mandato do Presidente somali expirou em 08 de Fevereiro do ano passado e a 12 do mesmo mês a câmara baixa do Parlamento votou a sua prorrogação por dois anos, decisão que o Senado rejeitou, alegando a sua inconstitucionalidade por falta de aprovação das duas câmaras.
A situação está na origem de uma profunda crise política, com vários picos de intensidade até agora.
A Somália vive em estado de conflito e caos desde 1991, quando Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando o país do Corno de África sem governo efectivo e nas mãos de milícias e senhores da guerra islâmicos. (RM /NMinuto)
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