A Marinha russa iniciou esta segunda-feira exercícios em grande escala no Mar Báltico, coincidindo com o aumento das tensões na fronteira com a Ucrânia, anunciaram as autoridades russas.
Vinte navios de guerra, canhoneiras e navios de apoio estão a participar nos exercícios, disse o serviço de imprensa da Frota do Mar Báltico num comunicado citado pela agência noticiosa Interfax.
Os navios zarparam das suas bases permanentes e "dirigem-se para áreas designadas do Mar Báltico para desempenhar várias missões como parte de um exercício de treino de combate de rotina", lê-se na declaração, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
Os navios participantes nas manobras serão divididos em vários grupos tácticos e realizarão exercícios de defesa anti-submarinos e antiaéreos, entre outros, "ao mesmo tempo que executam manobras práticas de combate", disse a Marinha russa.
As manobras navais no Mar Báltico coincidem com outros exercícios russos na sua fronteira ocidental, que têm sido descritos como preocupantes pelo Ocidente.
A Rússia está actualmente a transferir unidades militares e equipamento para a Bielorrússia para participar nos exercícios "Allied Determination 2022", que decorrerão entre 10 e 20 de Fevereiro.
O objectivo dos exercícios é testar a capacidade das forças de reacção rápida russas e bielorrussas.
Em 20 de Janeiro, a Marinha russa anunciou exercícios em larga escala a nível nacional envolvendo mais de 140 navios e quase 10.000 tropas.
Na altura, o Ministério da Defesa da Rússia disse que as manobras visam a "defesa dos interesses nacionais russos nos mares" e a "luta contra as ameaças militares" ao país.
O ministério precisou então, em comunicado, que navios e aviões russos vão efectuar exercícios em águas territoriais e internacionais, desde o mar Mediterrânico ao mar do Norte e mar de Okhotsk, e no Oceano Pacífico e parte nordeste do Atlântico.
A Irlanda criticou hoje a Rússia por organizar exercícios militares numa área a cerca de 150 milhas (cerca de 240 quilómetros) ao largo da costa sudoeste irlandesa numa altura de elevada tensão sobre a Ucrânia.
"O facto de [os russos] escolherem fazê-lo nas fronteiras ocidentais [...] da UE, ao largo da costa irlandesa, é algo que, a nosso ver, simplesmente não é bem-vindo nem desejado neste momento, particularmente nas próximas semanas", disse o ministro irlandês dos Negócios Estrangeiros, Simon Coveney, em Bruxelas.
A Rússia nega estar a considerar uma invasão da Ucrânia e defende o seu direito de realizar manobras no seu território, rejeitando que os exercícios militares representem uma escalada na fronteira com o país vizinho.
O comunicado da Frota do Báltico sobre o início dos exercícios coincide com o anúncio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) sobre o reforço das forças aliadas na Europa Oriental, face à actividade militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia.
Numa declaração divulgada hoje, em Bruxelas, a NATO deu conta do reforço de meios na região, em curso e futuros, por parte da Dinamarca, Espanha, França, Países Baixos e Estados Unidos.
"A NATO continuará a tomar todas as medidas necessárias para proteger e defender todos os Aliados, inclusive através do reforço da parte oriental da Aliança", disse o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, citado na declaração.
"Responderemos sempre a qualquer deterioração do nosso ambiente de segurança, inclusive reforçando a nossa defesa colectiva", acrescentou o político norueguês. (RM-NM)
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