Na oitava ronda de votações, os partidos italianos conseguiram reunir os 505 votos necessários para que o chefe de Estado fosse reconduzido.
O presidente da República de Itália, Sergio Mattarella, foi reeleito, ao fim de vários dias de impasse político. Na oitava ronda de votações, os partidos italianos finalmente concordaram em manter Mattarella no cargo por mais sete anos.
Mattarella, de 80 anos e cujo mandato termina a 3 de Fevereiro, fez saber por diversas ocasiões que não queria permanecer no cargo, mas acabou por concordar, este sábado, em ser reconduzido para evitar um vácuo de poder, com os partidos incapazes de escolher uma figura alternativa capaz de conquistar a maioria no parlamento.
Para ontem estavam previstas duas rondas de votação, sendo que na primeira Sergio Mattarella recebeu 387 votos e foram ainda registados 60 votos em branco e 380 abstenções.
Na segunda ronda do dia, oitava votação, Mattarella conquistou o mínimo de 505 votos necessários, a maioria absoluta dos 1.009 "grandes eleitores" - 630 deputados, 321 senadores e 58 delegados regionais.
Esta é a segunda vez na história da República italiana, nascida em 1946, que ocorre uma reeleição. Foi justamente o antecessor de Sergio Mattarella, Giorgio Napolitano, o primeiro a ser reconduzido no cargo, com um mandato de 2006 a 2013 e outro de 2013 a 2015.
A eleição do Presidente da República decorria há uma semana sem acordo quanto a um nome, o que prolongava a incerteza que pesa sobre o futuro do primeiro-ministro, Mario Draghi, e da coligação governante.
O Presidente da República tem um papel essencialmente protocolar em Itália, mas este ano está muito em jogo: se Mario Draghi fosse eleito, abandonaria a liderança do seu Governo que assenta numa frágil coligação.
Uma tal escolha poderia desencadear eleições legislativas antecipadas, o que faria "descarrilar" as reformas necessárias à obtenção dos milhares de milhões de euros prometidos a Itália no âmbito do fundo de recuperação da União Europeia.
Itália é o maior beneficiário europeu desse programa, estando previsto receber quase 200 mil milhões de euros, desde que cumpra os requisitos de reformas em diversas áreas.
A escolha do Presidente da República é notoriamente difícil de prever: a história prova que esta eleição semelhante a um conclave, sem candidatos oficiais e com boletins de voto secreto, é propícia a reviravoltas de última hora. (RM /NMinuto)
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