Os Talibãs e os seus aliados são acusados num relatório das Nações Unidas (ONU) de matar mais de 100 antigos membros do governo e das forças de segurança afegãs e afegãos que trabalhavam com tropas estrangeiras.
O documento, consultado pela agência noticiosa France-Press (AFP), regista também uma grave restrição dos direitos humanos no Afeganistão desde que os Talibãs assumiram a governação no Verão, particularmente no que diz respeito aos direitos das mulheres e ao direito de protesto.
"Apesar dos anúncios de uma amnistia geral para antigos membros do governo, forças de segurança e para aqueles que trabalharam para os militares estrangeiros, a Manua (Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão) continuou a receber relatos credíveis de assassinatos, desaparecimentos forçados e outras ofensas contra estes indivíduos", lê-se no relatório.
Desde que os Talibãs tomaram o poder a missão da ONU recebeu mais de 100 relatos de homicídios que considera credíveis, aponta o relatório, acrescentando que mais de dois terços desses homicídios foram "homicídios extrajudiciais de facto cometidos pelas autoridades ou pelas suas filiais".
Nenhum país reconheceu ainda o governo talibã.
Com o agravamento da pobreza e a seca devastando a agricultura em muitas áreas, a ONU advertiu que metade dos 38 milhões de pessoas do Afeganistão estão em risco de escassez alimentar.
O Conselho de Segurança adoptou por unanimidade em Dezembro uma resolução que facilita a ajuda humanitária ao Afeganistão durante um ano, sem violar as sanções internacionais contra indivíduos e entidades ligadas aos Talibãs. (RM /NMinuto)
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