Sergio Mattarella toma hoje posse para um segundo mandato como Presidente da República de Itália, algo que não desejava mas que acabou por ser inevitável perante a incapacidade dos partidos italianos de encontrarem um nome presidencial consensual.
Após sete votações inconclusivas, o parlamento italiano elegeu, no sábado passado, na oitava ronda de votações, Sergio Mattarella para um novo mandato presidencial de sete anos.
Apesar do impasse, estas oito rondas estão longe do recorde italiano que foi fixado em 1971, quando foram necessárias 23 votações para eleger o democrata-cristão Giovanni Leone como Presidente italiano.
Mattarella, 80 anos, que tinha insistido que não queria repetir outro mandato presidencial, acabou por ser a melhor solução para quebrar o impasse político que atingiu Itália durante seis dias e que chegou a paralisar o trabalho do Governo.
A eleição do Presidente da República decorria há uma semana sem acordo quanto a um nome, o que prolongava a incerteza que pesava sobre o futuro do primeiro-ministro, Mario Draghi, e da coligação governante.
No sábado passado, o ainda Presidente, cujo primeiro mandato terminava hoje precisamente, obteve os 505 votos necessários, a maioria absoluta dos 1.009 "grandes eleitores": 630 deputados, 321 senadores e 58 delegados regionais.
O Presidente da República tem um papel essencialmente protocolar em Itália, mas este ano estava muito em jogo: se Mario Draghi fosse eleito, abandonaria a liderança do seu Governo que assenta numa frágil coligação.
Uma tal escolha poderia desencadear eleições legislativas antecipadas, o que faria "descarrilar" as reformas necessárias à obtenção dos milhares de milhões de euros prometidos a Itália no âmbito do fundo de recuperação da União Europeia (UE).
Itália, a terceira maior economia da zona euro, é o maior beneficiário europeu desse programa, estando previsto receber quase 200 mil milhões de euros, desde que cumpra os requisitos de reformas em diversas áreas.
Sergio Mattarella será hoje recebido no parlamento por volta das 15h30 locais (14h30 hora de Lisboa) por uma guarda de honra, entrando no edifício acompanhado pelos presidentes das duas câmaras que compõem a assembleia italiana, Roberto Fico e Elisabetta Casellati.
Após tomar posse durante a sessão plenária, irá proferir um discurso diante de uma plateia composta por deputados, senadores, delegados regionais e membros do Governo, incluindo Mario Draghi.
Será o segundo chefe de Estado italiano a cumprir um segundo mandato presidencial, depois de Giorgio Napolitano que em 2013, apesar de ter manifestado vontade de se retirar da vida política, também foi reeleito. (RM /NMinuto)
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