A Rússia invadiu hoje novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a Crimeia em 2014, para proceder à "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho, suscitando a condenação da generalidade da comunidade internacional.
Cronologia:
Os principais momentos das primeiras horas da operação russa a partir de diversas fontes (tempo aproximado, com base na hora de Lisboa)
23 de fevereiro
21:00
- O Kremlin (Presidência russa) anuncia que os líderes das autoproclamadas repúblicas separatistas pró-Rússia, no leste da Ucrânia, pediram ajuda militar a Vladimir Putin para "repelir a agressão" dos militares ucranianos.
- O Parlamento da Ucrânia aprova a instauração do estado de emergência no país, a partir de quinta-feira e por 30 dias, proposto pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
23:00
- Num discurso emocionado e em russo, Zelensky pede à sociedade civil russa que impeça uma guerra entre os dois países.
24 de fevereiro
02:30
- Numa reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, o secretário-geral da organização, António Guterres, faz um apelo dramático a Putin:
"Se de facto uma operação está a ser preparada, só tenho uma coisa a dizer do fundo do meu coração: Presidente Putin, impeça as suas tropas de atacarem a Ucrânia. Deem uma oportunidade à paz. Já morreram demasiadas pessoas".
02:50
- Numa comunicação ao país, Putin anuncia o início de uma operação para proteger a população russófona nas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, e avisa outros países para não interferirem sob pena de enfrentarem consequências que "nunca viram".
03:20
- O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, denuncia o "ataque injustificado" e acusa Putin de lançar "uma guerra premeditada que vai resultar em sofrimento e perdas humanas catastróficas".
03:30
- A agência AFP relata as primeiras explosões ouvidas em Kiev, a capital da Ucrânia. Nas horas seguintes, há relatos idênticos nas cidades de Mariupol, Kramatorsk, Odessa, Kharkiv e Lviv.
04:00
- O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, condena "ataque imprudente e não provocado" da Rússia.
- No Conselho de Segurança da ONU, o embaixador da Ucrânia pede às Nações Unidas que parem a guerra e o representante russo diz que não se trata de uma guerra, mas sim de uma operação militar.
O embaixador da França "condena nos termos mais veementes" o ataque e diz que "a Rússia fez a escolha da guerra", enquanto a China considera ser ainda possível uma solução pacífica.
04:09
- A Ucrânia encerra o seu espaço aéreo à aviação civil.
04:17
- O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, fala numa "invasão em grande escala".
04:35
- Os EUA anunciam que vão entregar hoje no Conselho de Segurança da ONU um projecto de resolução a condenar a Rússia.
04:50
- António Guterres diz que está a viver "o momento mais triste" dos seus cinco anos à frente da ONU e faz um novo apelo dramático a Putin:
"Em nome da Humanidade, leve as suas tropas de volta à Rússia. Em nome da Humanidade, não permita que se inicie na Europa aquela que poderá ser a pior guerra desde o início do século".
04:54
- A Casa Branca anuncia que Zelensky telefonou a Biden e pediu que "instasse os líderes mundiais a denunciar claramente a agressão flagrante" de Putin, "e a manter-se ao lado do povo da Ucrânia".
05:00
- A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, condenam "veementemente o ataque injustificado da Rússia à Ucrânia" e prometem que o Kremlin será responsabilizado. No dia anterior, a União Europeia (UE), mesmo antes dos acontecimentos da madrugada, anunciava uma cimeira extraordinária para as 20:00 de quinta-feira em Bruxelas (19:00 em Lisboa), convocada de urgência por Charles Michel, para que os chefes de Estado e de Governo dos 27 pudessem discutir o agravamento das tensões.
- Zelensky decreta a lei marcial e apela aos ucranianos para que não entrem em pânico.
- Kiev denuncia que o ataque russo visa "destruir o Estado ucraniano, confiscar o seu território pela força e estabelecer uma ocupação".
- O exército russo confirma o início do bombardeamento da Ucrânia, mas garante que os ataques têm apenas como alvo bases aéreas e outras áreas militares, e não zonas civis.
05:19
- O chanceler alemão, Olaf Scholz, diz que o ataque constitui "uma clara violação" do direito internacional.
05:29
- A guarda de fronteira da Ucrânia diz que o ataque foi lançado através das fronteiras russa e bielorrussa.
05:30
- O organismo de aviação civil da Rússia anuncia a anulação de voos civis em diversas cidades russas próximas da Ucrânia e do Mar Negro.
A Agência de Segurança Aérea da UE informa os operadores aéreos que a Ucrânia "é agora uma zona de conflito activa", pelo que há um elevado risco para os aviões civis.
- O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, condena os "acontecimentos horríveis na Ucrânia" e acusa Putin de ter optado pelo "caminho do derramamento de sangue e da destruição".
06:05
- A Bielorrússia anuncia que Putin informou o Presidente Alexander Lukashenko do ataque à Ucrânia.
06:55
- O primeiro-ministro, António Costa, condena o ataque e anuncia que solicitou ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, uma reunião urgente do Conselho Superior de Defesa Nacional.
Antes do Conselho, Costa diz que se vai reunir com os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, e com o chefe de Estado Maior General das Forças Armadas.
06:58
- Marcelo Rebelo de Sousa anuncia que convocou a reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional para as 12:00, no Palácio de Belém.
No final, o Conselho anuncia que deu um parecer favorável, por unanimidade, a propostas do Governo para a eventual participação de meios militares portugueses em forças de prontidão da NATO.
08:15
- Marcelo Rebelo de Sousa condena a operação militar da Rússia, declarando que constitui uma "flagrante violação do direito internacional", e manifesta "total solidariedade" para com o povo ucraniano.
09:40
- A Ucrânia anuncia o corte de relações diplomáticas com a Rússia.
09:50
- A embaixada de Portugal em Kiev aconselha os cerca de 200 na Ucrânia a sair do país pelas fronteiras da Polónia e da Roménia e anuncia ter organizado pontos de reunião em duas cidades para onde se devem dirigir em caso de necessidade. (RM /NMinuto)
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