O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) precisa de 205 milhões de dólares (187 milhões de euros) para ajudar 1,6 milhões de pessoas forçadas a fugir da guerra na Etiópia, eclipsada pela invasão da Ucrânia.
"Dezasseis meses de conflito no norte da Etiópia provocaram uma crise humanitária", lembrou Shabia Mantoo, porta-voz do ACNUR, numa conferência de imprensa regular da ONU em Genebra.
Segundo a mesma fonte, os refugiados e deslocados "foram forçados a fugir devido à violência contra as mulheres, a violações dos direitos humanos, à destruição de abrigos e de serviços de primeiras necessidades, além de níveis críticos de insegurança alimentar".
Os fundos que o ACNUR pede agora deverão permitir fornecer uma ajuda básica, incluindo alojamento e produtos de primeira necessidade.
No total, 117 milhões de dólares (107 milhões de euros) serão para os etíopes deslocados e eritreus refugiados em três regiões da Etiópia (Afar, Amhara e Tigray), enquanto 72 milhões de dólares (66 milhões de euros) são destinados aos etíopes que se instalaram do outro lado da fronteira com o Sudão.
Os restantes 16 milhões (14,6 milhões de euros) servirão de fundo de emergência, caso os refugiados entrem em outros países vizinhos.
A Etiópia enfrenta desde Novembro de 2020, uma guerra que começou na província do Tigray (norte) e se espalhou para as regiões vizinhas de Amhara e Afar, marcada por abusos de ambas as partes em conflito: as forças governamentais e a Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF, na sigla em inglês).
O conflito provocou vários milhares de mortos, mais de dois milhões de deslocados e mergulhou centenas de milhares de etíopes em condições de desnutrição e fome, segundo a ONU.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de Fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.
As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países. (RM-NM)
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