Centenas de manifestantes protestaram esta quarta-feira, na África do Sul, particularmente em Pretória, contra a anunciada libertação do assassino do activista anti-apartheid Chris Hani, que foi esfaqueado na prisão na terça-feira, reavivando memórias da segregação racial.
Usando t-shirts pretas com o rosto de Chris Hani impresso, os manifestantes, que responderam ao apelo do Partido Comunista (SACP) e do ANC, marcharam em direcção à prisão, guardados por oficiais armados e cães, segundo a agência France-Presse (AFP).
"Apresentámos um recurso para nos opormos à libertação de Janusz Walus", disse Solly Mapaila, o actual secretário-geral do Partido Comunista.
Dezenas de pessoas já se tinham manifestado em Joanesburgo no sábado.
O SACP, que foi aliado do ANC na sua luta contra o apartheid e que Hani liderou quando foi alvejado à queima-roupa na sua garagem, em 1993, está também a tentar fazer com que a sua libertação da prisão seja invertida.
Na semana passada, o Tribunal Constitucional concedeu a libertação antecipada a Janusz Walus, 69 anos, após cerca de 30 anos atrás das grades.
Condenado à morte e depois à prisão perpétua, o imigrante polaco com ligações à extrema-direita branca Afrikaner deveria ser libertado da prisão, o mais tardar até quinta-feira.
Algumas horas antes da sua libertação, que foi repetidamente recusada pelos tribunais, foi esfaqueado na prisão de Pretória onde cumpre a sua pena, aparentemente por outro recluso.
No início desta semana, um memorial a Hani foi também vandalizado no extremo leste de Joanesburgo.
Chris Hani, 50 anos, foi morto em 10 de Abril de 1993, numa altura de delicadas negociações com o Governo branco para as primeiras eleições democráticas. A sua morte violenta exacerbou as tensões raciais e levou a violentos tumultos. (RM-NM)
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