O director regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, Hans Kluge, classificou, esta terça-feira, os terramotos que abalaram a Turquia e a Síria na semana passada como o maior desastre natural no continente europeu no último século.
"Estamos a testemunhar o pior desastre natural na Europa em um século e ainda estamos a tomar conhecimento da sua magnitude", afirmou o responsável da OMS, durante uma conferência de imprensa virtual para apresentar as necessidades urgentes de saúde e de resposta na Turquia e na Síria, a que a agência Lusa assistiu.
Os dois países foram atingidos, na madrugada do dia 6 de Fevereiro, por um terramoto de magnitude 7,8 na escala de Richter, a que se seguiram várias réplicas, uma das quais de magnitude 7,5.
Segundo avançou, a OMS contabiliza actualmente mais de 31 mil mortos e 100 mil feridos na Turquia e quase 5 mil mortos na Síria, números que Hans Kluge assegurou que "vão aumentar" rapidamente.
Na conferência de imprensa, realizada esta terça-feira, Hans Kluge acrescentou que há cerca de 26 milhões de pessoas em ambos os países a precisar de ajuda humanitária e, segundo as autoridades turcas, "quase um milhão perdeu as respectivas casas e vive em abrigos temporários".
A estes números, a agência das Nações Unidas junta ainda as cerca de 80 mil pessoas que estão em hospitais e que "colocam uma enorme pressão sobre todo o sistema de saúde, já muito danificado pelo desastre".
Perante tal situação, o director regional da OMS lançou esta terça-feira um apelo à comunidade internacional para angariar 43 milhões de dólares (cerca de 40 milhões de euros) para apoiar a resposta aos terramotos na Turquia e na Síria.
Lembrando os "resgates milagrosos" a que também se tem assistido, o director regional da OMS pediu "a todas as partes, tanto aos governos como à sociedade civil, para trabalharem juntas e para garantirem o acesso transfronteiriço de ajuda humanitária entre a Turquia e a Síria, e dentro da própria Síria".
O Governo turco recusou esta terça-feira abrir as suas fronteiras em áreas controladas pelos curdos na Síria e exigiu à ONU que toda a ajuda humanitária para a Síria passe pelas zonas sob controlo turco. (RM-Angop)
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