Retoma, hoje, no Estabelecimento Penitenciário de máxima Segurança, Vulgo, B.O, Na Matola, província de Maputo, o Julgamento do caso de tentativa de Assassinato de Nini Satar.
Trata-se de um caso que ocorreu em Fevereiro do ano passado, na B.O, local onde Nini Satar se encontra encarcerado, em cumprimento de uma pena de 24 anos pelo seu envolvimento no assassinato do jornalista Carlos Cardoso.
Este caso envolve seis indivíduos, sendo três membros da Polícia da República de Moçambique (PRM), e três reclusos em cumprimento de outras penas na Cadeia de máxima Segurança.
No banco dos réus estão sentados cinco indivíduos, por conta da fuga a mais de um ano, de Lenini Marcos Macamo, membro da PRM, tido como cabecilha do plano que visava eliminar Nini Satar.
Na última sexta-feira a primeira secção Criminal do Tribunal Judicial da Machava, concluiu a audição dos cinco acusados, com declarações contraditórias.
O primeiro a ser ouvido foi o réu Damião Mula, o único que admitiu a existência real do plano que orquestrava o assassinato de Momad Satar, mais conhecido por Nini, alegando ter aderido ao plano em troca de valores monetários e pela promessa de soltura da prisão.
O segundo réu, de nome Leão Wilson, fez nascer durante o seu interrogatório a narrativa segundo a qual, o plano não passava de uma simulação inventada por Nini Satar, contradizendo as declarações prestadas durante a instrução preparatória, onde teria confessado todos os factos junto do Ministério Publico.
Já o reu António Chicuamba, também detido em cumprimento de outras penas na B.O, foi o terceiro a ser ouvido pelo juiz Lucílio Nhanombe.
Chicuamba é acusado de ser o promotor da ideia de tentar assassinar Nini Satar por meio de água tóxica ou faca, pelo que no seu interrogatório negou o seu envolvimento no crime, contradizendo também com as declarações por si prestadas na instrução preparatória do processo.
A tese de o plano de tentativa de assassinato ter sido do próprio Nini, ganhou força na última sexta-feira com a audição dos dois agentes da PRM.
O réu Edsone Muianga, por exemplo, explicou ao Juiz da Causa que, este caso foi planificado pelo próprio Nini Satar, que como mandante, se identificava como Zimbabweano.
Revelou ainda que o plano de simulação contava com a ajuda de um agente do SERNAP, que facilitou a entrega de um celular aos reclusos que colaboravam no plano.
Já o réu José Ngulele, disse no seu interrogatório, que neste esquema de simulação de assassinato, recebiam mensagens de autoria de Nini Satar, com o teor de planificação do crime, para que pudessem gravar em áudios e reenviar para a vítima.
São áudios que, de acordo com o réu José Ngulele, foram posteriormente usados pelo próprio Nini para lhes incriminar no plano por si desenhado.
Em virtude destas declarações, Nini Satar, requereu a sua audição na qualidade de ofendido, e será ouvido, esta segunda-feira, pelo juiz Lucílio Nhanombe.
Para além de Nini Satar, a primeira Secção Criminal vai ouvir, esta segunda-feira, os réus Carlos Zavala e Cremildo Muthemba, detidos em cumprimento de outras penas na B.O.
Neste caso os cinco réus em julgamento, são acusados de Crimes de Associação para delinquir e Posse de armas proibidas. ( RM)
Bem-vindo ao nosso Centro de Subscrição de Newsletters Informativos. Subscreva no formulário abaixo para receber as últimas notícias e actualizações da Rádio Moçambique.