Detidos esta quarta-feira na cidade de Lilongwe no Malawi, 360 refugiados e requerentes de asilo que desafiaram a ordem ministerial de retornar voluntariamente para o campo de Dzaleka.
Trata-se de refugiados e requerentes de asilo na sua maioria burundeses, que exerciam actividades comerciais em centros urbanos sem autorização, violando as regras internacionais sobre a protecção dos refugiados.
O ministro da Segurança Interna, Ken Zikhale Ng'oma, emitiu no mês passado uma declaração ordenando que todos refugiados, que se encontravam a viver fora do acampamento, retornassem para Dzaleka antes de 15 de Abril, e alertou que atitude contraria seria alvo de repreensão do governo.
Findo o prazo estabelecido, apenas 45 pessoas retornaram ao campo e outras três mil continuaram a praticar as suas actividades normais nos centros urbanos, desafiando a ordem governamental.
O ministro da Segurança Interna, voltou a alertar que iria lançar uma operação de recolha dos renitentes até à fronteira, de, onde seriam repatriados para as suas zonas de origem.
Os sucessivos avisos não foram acatados, facto que culminou com a detenção, esta quarta-feira, de 300 dos cerca de três mil refugiados que continuam a residir e a desenvolver actividades sem autorização.
O governo esclarece àqueles que manifestarem arrependimento, serão encaminhados para o campo de Dzaleka, a fim de legalizarem a sua situação, e os renitentes, serão repatriados.
O director executivo do Centro para Iniciativas de Democracia e Desenvolvimento, Sylvester Namiwa, pediu recentemente ao governo para que reconsiderasse a sua decisão, afirmando que os visados gozam também de liberdade de permanecer no país, bastando para tal assegurar a sua legalização.
A Agência das Nações Unidas para Refugiados, também se opôs à medida, e argumentou que Dzaleka já está superlotado, pois acomoda quase 50.000 pessoas dos 12.000 refugiados recomendados.
A agência explicou que o regresso de milhares de refugiados ao campo terá consequências desastrosas no fornecimento de serviços básicos, como saúde e educação e saneamento.
Mas, o governo finca pé, alegando que as investigações mostram que a presença desregrada de refugiados em centros urbanos, representa uma ameaça à segurança do país. (RM Blantyre)
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