Vendedores moçambicanos no Soweto atacados pelo grupo radical anti-imigrante sul-africano

Vendedores moçambicanos no Soweto estão a ser atacados e perseguidos pelo grupo radical anti-imigrante sul-africano denominado Operação Dudula.

Os ataques registam-se desde o passado dia um deste mês, no Mercado Baragwanath, no Soweto, uma cidade perto de Joanesburgo.

No domingo e segunda-feira desta semana os radicais da Operação Dudula irromperam pelo mercado e vandalizaram as bancas de estrangeiros que ali exercem o comércio, tal como conta o moçambicano Artur Chissano:

“No domingo, primeiro foi a polícia que apareceu, de dia, a exigir documentos de identidade dos vendedores. Depois vieram estes do Dudula. Espalharam nossos produtos que estavam nas bancas, ao mesmo tempo que nos insultavam dizendo que temos que regressar para os nossos países”, disse.

Os vendedores moçambicanos dizem ter acumulado vários prejuízos.

 Um vendedor, por exemplo, que não quis ser identificado, diz ter perdido cinco mil rands, investidos na sua banca no mercado:

Pelo menos, esta quarta-feira, eram visíveis membros da polícia sul-africana a patrulharem a zona do mercado.

Alberto Guivale, outro vendedor moçambicano, diz que os radicais do Dudula atacam sempre que as autoridades abandonam o local:

Mesmo assim, pouco a pouco o comércio vai retomando no Mercado de Baragwanath:

Perante este cenário de incertezas, a vendedora Vina apela á intervenção das autoridades moçambicanas:

“Nós estamos a pedir apoio, meu senhor. Prometeram voltar aqui na sexta, sábado e domingo. Quem estiver por perto pode apanhar um tiro ou mesmo ser morto, sem sabermos que mal fizemos aqui na África do Sul. Não sabemos se as nossas autoridades não se aproximam a nós por falta de conhecimento. Estamos a pedir apoio, muito obrigada meu senhor“, afirmou.

A operação Dudula foi lançada em meados de dois mil e vinte e um. Os seus integrantes culpam os estrangeiros pelos altos índices de desemprego e de criminalidade na África do sul. ( RM Pretória)