Malawi regista uma contínua queda de reservas cambiais, com os números a ilustrarem um decréscimo de 2,4 meses de cobertura de importação no final do mês passado.
Os dados mostram que as reservas cambiais totais caíram para 592,1 milhões de dólares. A última actualização feita pelo Banco Central em Fevereiro último, indicava que o país dispunha de 646 milhões de dólares.
Este facto poderá agravar a actual crise de divisas que o país enfrenta, uma situação que afecta a importação de produtos básicos e cruciais.
Apesar da desvalorização do kwacha, moeda local em 25 por cento, em Maio do ano passado, destinada a alinhar a oferta de divisas aos fundamentos macroeconómicos e trazer divisas para o mercado formal, as reservas cambiais continuam em queda.
Em Novembro do ano passado, o Banco Mundial instou as autoridades a implementar medidas que possam aumentar sua posição de reservas estrangeiras, incrementando os fluxos financeiros privados, especialmente de investimento estrangeiro directo e remessas, e reduzir gradualmente a dependência da ajuda.
Em resposta à crise cambial, o Banco de Reserva do Malawi, introduziu uma série de medidas para garantir a disponibilidade de divisas em resposta ao aperto no mercado da moeda estrangeira.
A partir de 17 de Maio deste ano, reintroduziu os formulários de declaração alfandegária para exportações para ajudar a rastrear os fluxos cambiais com algumas partes interessadas, argumentando que a medida poderia alimentar a evasão fiscal.
De acordo com o governador do Banco Central, Wilson Banda, a medida garantirá que todas as receitas de exportação sejam repatriadas para o Malawi.
O analista de mercado Bond Mtembezeka, observou que o sucesso de tais medidas dependem da capacidade do país gerar divisas.
Por seu turno, a presidente da Associação de Negociantes do Mercado Financeiro do Malawi, Leslie Fatch, insta as autoridades a encontrar formas de melhorar a balança comercial, onde o foco deve estar na substituição de importações, pelas exportações.
Para Leslie Fatch por mais que se deseje vitórias rápidas, deve-se entender que as soluções não terão impacto imediato, pois estas não devem ser de curto prazo, mas de médio a longo prazos, pois os problemas subjacentes na economia do Malawi são estruturais.
O país precisa de 3 biliões de dólares por ano para atender às necessidades de importação, um valor que suporta apenas 33% das necessidades de importação do Malawi, um país que produz apenas 1 bilião de dólares por ano. ( RM Blantyre)
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