Berlusconi recordado como homem da vida, amor e alegria no funeral

Silvio Berlusconi foi um homem cheio de vida, amor e alegria, realçou esta quarta-feira o arcebispo de Milão, Mario Delpini, durante a sua homilia ao ex-primeiro-ministro, no funeral de Estado que decorreu na catedral da cidade.
O arcebispo de Milão não escapou à vida conturbada de Berlusconi, durante a sua homilia fúnebre, destacando que enquanto empresário encontrou sucesso e fracasso, que foi um político que ganhou e perdeu e uma personalidade à procura de notoriedade que teve admiradores e detractores.
"Mas neste momento de despedida e oração, o que podemos dizer sobre Silvio Berlusconi? Ele tem sido um homem: um desejo de vida, um desejo de amor, um desejo de alegria", frisou Delpini.
A elite política, empresarial e do futebol de Itália despediu-se, esta quarta-feira, do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, num funeral de Estado que decorreu na Catedral de Milão e que juntou milhares de pessoas na praça.
Entre os presentes na catedral da era gótica, além dos filhos e companheira, que não contiveram as lágrimas, estiveram três ex-primeiros-ministros, nenhum destes aliado de Berlusconi, o Presidente de Itália, Sergio Mattarella, e a primeira-ministra, Giorgia Meloni, cujo governo conta com o apoio do partido de Berlusconi.
Meloni saudou Berlusconi após o funeral e destacou que os seus herdeiros políticos o deixariam orgulhoso.
"Obrigado Silvio, não nos vamos esquecer de si", salientou a líder do partido de extrema-direita Irmãos da Itália (FdI), através das redes sociais.
"Iniciamos esse caminho há muitos anos. Percorremos caminhos diferentes. Mas o objectivo era, é e continuará a ser comum. Tornar a Itália orgulhosa e capaz de surpreender o mundo", acrescentou.
O terceiro parceiro de coligação do actual governo, o líder da Liga Matteo Salvini, juntamente com vários antigos e atuais ministros, também marcaram presença, a par de figuras da indústria ou do mundo do futebol, amado por Berlusconi.
Apenas dois chefes de governo estrangeiros estivaram no funeral: o Presidente húngaro, Viktor Orban, e o Emir do Qatar, o sheikh Tamim Bin Hamad Al Thani.
Um dos seus aliados mais próximos no cenário internacional, o Presidente russo Vladimir Putin, endereçou as condolências desde Moscovo, sendo que outras nações enviaram embaixadores para o funeral organizado em apenas dois dias, após a sua morte na segunda-feira.
O movimento "Não estou de luto" varreu a Itália esta quarta-feira, enquanto os italianos que não concordavam com o dia de luto protestavam contra as honras dadas a uma figura tão polémica.
Mas enquanto os críticos, incluindo alguns da oposição política, questionavam a importância atribuída ao ex-primeiro-ministro, não comparecendo no funeral, milhares de admiradores lotaram a praça central.
Entres os milhares de presentes, adeptos dos clubes aos quais Berlusconi esteve ligado, AC Milan e AC Monza, agitaram enormes faixas quando o caixão do político conservador entrou na catedral e, à saída, entoaram: "Berlusconi é um de nós". (RM /NMinuto)