A autoridade eleitoral do Mali anunciou hoje que cerca de 38% dos eleitores participaram domingo no referendo sobre uma nova Constituição, mas sem indicação de vitória do sim ou do não na consulta.
O presidente da Autoridade Independente de Gestão Eleitoral (AIGE), Moustapha Cissé, leu uma declaração à imprensa revelando a participação, após a contagem dos votos em quase todas as assembleias de voto.
Os resultados provisórios finais serão comunicados até sexta-feira, de acordo com o prazo legal de cinco dias a contar da votação, disse a mesma fonte.
"Mais de 24.000 mesas de voto de um total de 24.416 foram escrutinadas. Nesta fase de centralização dos resultados nacionais e externos, a taxa de participação é de 38%", declarou.
A afluência às urnas tem sido tradicionalmente baixa no Mali.
Este referendo é um passo importante no caminho que deverá conduzir, em Março de 2024, a um regresso dos civis à frente deste país que enfrenta uma profunda crise multidimensional e liderado desde 2020 pelos militares.
A votação foi dificultada em muitas localidades do centro e do norte do país, quer pelo medo de ataques de extremistas islâmicos, quer por divergências políticas, e a vitória do "sim" é amplamente dada como certa.
Cerca de 8,4 milhões de malianos foram chamados a dizer sim ou não ao texto que lhes foi apresentado pela junta militar, que reforça os poderes do Presidente, mas tem deparado com a oposição de uma oposição heterogénea, incluindo grupos armados no norte e organizações religiosas influentes hostis à manutenção do princípio da laicidade do Estado.
Os críticos do projecto descrevem-no como feito à medida para manter os militares no poder para além das eleições presidenciais marcadas para o início de 2024, apesar do seu compromisso inicial de devolver o caminho aos civis após as eleições. (RM-Angop)
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