22 de Novembro de 2024
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Kamala Harris, que já tinha feito história como primeira mulher e primeira pessoa de cor a ser vice-presidente dos EUA, voltou a fazer história na quarta-feira ao protagonizar o maior número de votos de desempate no Senado.
Desta vez, o seu voto de desempate, o 31.º, permitiu a nomeação de Kalpana Kotagal, para a Comissão da Igualdade de Oportunidades no Emprego.
O outro vice-presidente que votou tantas vezes foi John C. Calhoun, que esteve no cargo de 1825 a 1832.
Mas, ao contrário deste, Harris desempatou aquelas vezes em apenas dois anos e meio.
"De facto, é algo que diz mais sobre o nosso tempo e o nosso clima político do que sobre outra coisa qualquer", comentou Joel K. Goldstein, um historiador da Vice-presidência dos EUA.
"A nossa política está tão popularizada que até em assuntos que no passado teriam fluido é preciso que o vice-presidente faça um voto de desempate", comentou.
Harris demorou-se apenas uns breves minutos do Senado, para o voto.
Esperava-se que Harris recorresse menos a esta possibilidade depois das eleições intercalares, em que os democratas expandiram a sua presença no Senado de 50 para 51 senadores, em um total de 100.
Contudo, várias circunstâncias concorreram para que voltasse a recorrer ao voto de desempate.
O senador John Fetterman, eleito pela Pensilvânia, foi internado, tal como a senadora Dianne Feinstein, da Califórnia.
Fetterman e Feinstein já regressaram ao Senado, mas a persistência de contestação a algumas nomeações forçou a presença de Harris, como esta última.
Não era esperado que fizesse desempate história com os seus votos quando chegou à vice-presidência. Mas rapidamente estes votos passaram a ser parte central da sua função.
Se, por um lado, limitaram as suas viagens e a puseram na dependência de eventos inesperados no Senado, por outro associaram-na a votações relevantes, como a do pacote de ajudas na pandemia ou a Lei da Redução da Inflação, que incentiva a energia limpa e reduz os custos dos medicamentos.
"É uma bênção", considerou Goldstein, "porque a associa a alguns dos principais êxitos da Presidência de Joe Biden". (RM-NM)
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