O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, realçou hoje que a invasão russa à Ucrânia expôs a necessidade urgente de reformar o "demorado e defeituoso" processo de tomada de decisão global nas Nações Unidas.
Charles Michel manifestou, desta forma, apoio aos apelos para limitar os poderes de veto no Conselho de Segurança da ONU em situações de emergência e para alargar a representação global do órgão.
"Nos últimos 19 meses, um membro permanente do Conselho de Segurança -- a Rússia -- sem qualquer vergonha, tem empreendido uma guerra para conquistar o seu país vizinho", apontou Michel, enquanto falava no terceiro dia da reunião anual da Assembleia Geral da ONU.
O líder da instituição da União Europeia (UE) lembrou que Moscovo "pode até abusar dos seus direitos de veto para evitar sanções contra si mesmo e até usar o Conselho de Segurança para disseminar propaganda, desinformação e mentiras".
Michel frisou também que "este sistema das Nações Unidas é actualmente demorado e prejudicado por forças hostis".
"Devemos assumir nossa responsabilidade", apontou.
A guerra na Ucrânia, juntamente com as alterações climáticas e a pobreza global pós-pandemia, têm sido o foco do evento anual deste ano, que incluiu um discurso presencial do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
O presidente do Conselho Europeu realçou que a falta de uma representação global adequada no Conselho de Segurança reflectia estruturas de poder ultrapassadas, quando alguns países ainda eram potências coloniais, e dificultava a capacidade de acção do órgão.
"O planeta está a cair. O mundo está a ser dilacerado pela pobreza e pela injustiça", alertou.
Para Charles Michel, áreas inteiras do mundo como África, América do Sul, Caraíbas e Ásia, estão sub-representadas ou não-representadas.
"Apoiamos a reforma abrangente e massiva do Conselho de Segurança para amplificar a voz destas regiões", concluiu. (RM-NM)
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