O Egipto anunciou hoje que aguarda autorização de Israel para abrir a fronteira com a Faixa de Gaza para a entrada de ajuda humanitária e a saída de cidadãos estrangeiros.
"Falei com o enviado da ONU sobre a autorização israelita, mas até agora nada de novo na posição israelita. Isto é muito grave", disse o chefe da diplomacia egípcia, Sameh Sukri, citado pela agência francesa AFP.
Milhares de pessoas estavam concentradas hoje de manhã em Rafah, na fronteira entre Gaza e a península egípcia do Sinai, na expectativa de que pudesse ser aberta para saírem do território que tem estado sob bombardeamento israelita.
Os Estados Unidos anunciaram no fim-de-semana que o posto seria aberto para a saída de estrangeiros, mas o Egipto condicionou a abertura à entrada de ajuda humanitária.
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As autoridades do Cairo exigem também condições de segurança para os motoristas dos camiões que devem transportar a ajuda humanitária.
Tanto Israel como o Hamas negaram hoje que tivessem declarado um cessar-fogo no sul da Faixa de Gaza para permitir a abertura do posto fronteiriço.
O responsável pelas emergências humanitárias na ONU, Martin Griffiths, anunciou que se vai deslocar na terça-feira ao Médio Oriente para "ajudar nas negociações" sobre a entrega de ajuda a Gaza.
"Espero ouvir boas notícias esta manhã sobre a entrega de ajuda através de Rafah", acrescentou Griffiths.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, regressou hoje a Israel para conversações com o Governo, depois de ter estado no Egipto, Jordânia, Bahrein, Qatar, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
"O que ouvi de todos os parceiros foi uma visão partilhada para evitar que o conflito se alastre, para salvaguardar vidas inocentes e para fazer chegar a assistência às pessoas que dela necessitam em Gaza", afirmou Blinken nas redes sociais.
Israel declarou guerra ao Hamas depois de o grupo islamita ter realizado uma incursão sem precedentes em território israelita em 07 de Outubro, matando mais de 1.400 pessoas.
Também foram feitos 199 reféns, incluindo estrangeiros, que o Hamas ameaçou matar se Israel não parasse os bombardeamentos que se seguiram contra a Faixa de Gaza.
Os bombardeamentos causaram cerca de 2.750 mortos na Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais.
Israel tem em preparação um ataque terrestre contra a Faixa de Gaza, um pequeno território com 2,3 milhões de habitantes.
A ONU calcula que a actual guerra entre o Hamas e Israel provocou um milhão de deslocados na Faixa de Gaza em 10 dias. (RM-NM)
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