A União Europeia (UE) apelou hoje ao Exército sudanês e às Forças Paramilitares de Apoio Rápido (FAR), em guerra desde Abril, para que cumpram "imediatamente" o seu compromisso de "cessar as hostilidades".
O cessar-fogo foi acordado na assembleia extraordinária da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD), que decorreu este sábado.
"A UE insta os beligerantes a cessarem imediatamente os combates e a respeitarem os compromissos que assumiram com os líderes da região. O povo sudanês sofreu imensamente", afirmou Nabila Massrali, porta-voz do Serviço Europeu para a Acção Externa (SEAE), num comunicado, dirigido pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
"Os compromissos mútuos assumidos pelos beligerantes no conflito no Sudão de um cessar-fogo incondicional, um diálogo político e uma reunião presencial devem ser cumpridos", sublinhou o porta-voz do SEAE.
Esse compromisso foi alcançado este sábado numa cimeira extraordinária, no Djibuti, disse o secretário executivo do bloco regional, Workneh Gebeyehu, na rede social X (antigo Twitter).
O presidente do Djibuti, Ismaïl Omar Guelleh, também participou na cimeira; onde estiveram presentes o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed; o Presidente do Quénia, William Ruto; e o Presidente do Sudão, Abdel Fattah Abdelrahman al-Burhan.
Ainda estiveram presentes nesta cimeira o presidente da comissão (secretariado) da União Africana (UA), Moussa Faki Mohammed, e representantes das Nações Unidas, da União Europeia e dos Estados Unidos.
A UE continuará a apoiar os esforços liderados por África para traçar um caminho unificado e coordenado para a paz, juntamente com o enviado pessoal do secretário-geral da ONU, Ramtane Lamamra, disse o porta-voz do SEAE.
Agora é também o momento de todas as partes interessadas redobrarem os seus esforços para construir a mais ampla e inclusiva coligação civil sudanesa que será a base para a retoma da transição para a democracia e a preservação da soberania e da integridade territorial, acrescentou.
A UE apelou também à garantia de acesso humanitário sem entraves e ao fornecimento aos civis da protecção a que têm direito ao abrigo do direito internacional.
Desde o início da guerra, 12 mil pessoas foram mortas, segundo dados recolhidos pelo Comité Internacional de Resgate (IRC).
Os confrontos eclodiram no dia 15 de Abril devido às tensões sobre a reforma do Exército e a integração dos paramilitares nas forças regulares, num processo político para recolocar o país na via democrática após o golpe de Estado de 2021. (RM-NM)
Bem-vindo ao nosso Centro de Subscrição de Newsletters Informativos. Subscreva no formulário abaixo para receber as últimas notícias e actualizações da Rádio Moçambique.