RDC/Eleições: Missão de observação eleitoral denuncia irregularidades

A missão de observação eleitoral das Igrejas Católica e Protestante na República Democrática do Congo (RDC) declarou hoje que constatou "numerosos casos de irregularidades" durante as eleições da semana passada.

A missão, que fez uma "contagem paralela dos votos", constatou que, nas eleições presidenciais, "um candidato se destacou dos outros, sendo que mais de metade dos votos lhe foram atribuídos", declarou à imprensa o secretário-geral da Conferência Episcopal Nacional do Congo (CENCO), Donatien Nshole, sem nomear o candidato em questão.

No entanto, houve "numerosos casos de irregularidades susceptíveis de afectar a integridade dos resultados de vários escrutínios em determinados locais", declarou, tendo por base as conclusões de um relatório preliminar da missão.

Cerca de 44 milhões de eleitores foram chamados, no passado dia 20, a eleger o Presidente, os deputados nacionais e provinciais e os conselheiros locais.

Todavia, devido a numerosos problemas logísticos, o escrutínio foi oficialmente prolongado para o dia 21 e continuou durante vários dias em algumas zonas remotas, até ao dia 27, segundo a missão da Igreja.

No seu relatório, a missão questiona a legalidade deste prolongamento.

O bispo Nshole instou também a comissão eleitoral (Ceni) a publicar os resultados provisórios por mesa de voto, o que ainda não foi feito.

Desde o final da semana passada, a Ceni tem vindo a publicar resultados parciais para as eleições presidenciais, que colocam o chefe de Estado cessante, Félix Tshisekedi, no poder desde Janeiro de 2019 e candidato a um segundo mandato de cinco anos, bem à frente.

Na quarta-feira à noite, esses resultados apontavam para uma vitória de Tshisekedi com 77% dos votos, num universo de cerca de 9,3 milhões de votos contados, seguido dos adversários Moïse Katumbi (15,7%) e Martin Fayulu (3,9%).

A Ceni continua a publicar resultados parciais das eleições presidenciais deste país que faz fronteira com Angola. (RM-Angop)