Pelo menos 39 pessoas foram mortas e 53 ficaram feridas na quarta-feira no Sudão do Sul, em combates entre dois grupos de pastores de estados vizinhos, no centro do país, segundo as autoridades locais, citadas pela AFP.
"Oúltimo balanço é de 20 pessoas mortas, 36 feridas e uma pessoa ainda desaparecida" entre os pastores do Estado de Lakes, disse o porta-voz da polícia estatal, o major Elijah Mabor Makuac, em declarações citadas pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).
O ministro da Informação do estado vizinho de Warrap, William Wol Mayom Bol, disse à AFP que se registaram "19 mortos e 17 feridos", elevando o total, até agora, para 39 vítimas mortais e 53 feridos.
"A violência diminuiu, mas foram registados pequenos confrontos em zonas pantanosas inacessíveis e o número de vítimas não pode ser verificado", acrescentou um comunicado do Ministério da Informação de Warrap.
Os confrontos pelo acesso aos recursos naturais da região, como água e pastagens, ou o roubo de gado são frequentes no Sudão do Sul, um país africano sujeito a condições climatéricas extremas, incluindo secas e inundações.
Neste contexto, os conflitos entre pastores nos condados de Tonj (Warrap) e Rumbek North (Lakes) tornaram-se um fenómeno recorrente em cada estação seca, explicou o Major Elijah Mabor Makuac.
Estes conflitos vêm juntar-se à violência política e étnica que mina o país mais jovem do mundo, que se tornou independente do Sudão em 2011.
O Sudão do Sul mergulhou então numa guerra civil entre os inimigos Riek Machar e Salva Kiir, que causou a morte de quase 400 mil pessoas e milhões de deslocados entre 2013 e 2018.
Um acordo de paz assinado em 2018 prevê o princípio da partilha de poder no âmbito de um Governo de unidade nacional, com Kiir como Presidente e Machar como Vice-Presidente.
No entanto, o acordo continua, em grande parte, por implementar, devido a disputas persistentes entre os dois rivais, o que tem mergulhado o país na violência, instabilidade e pobreza, apesar dos seus recursos petrolíferos. (RM-NM)
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