A ONU alertou hoje para a deterioração da situação de milhões de deslocados pelos terramotos que atingiram a Turquia e a Síria há um ano, e apelou para um apoio contínuo aos afectados pela catástrofe.
A Turquia e a Síria foram atingidas por um sismo devastador de magnitude 7,8 em 06 de Fevereiro de 2023, seguido de várias réplicas, incluindo uma de magnitude 7,7.
A catástrofe matou quase 60.000 pessoas, das quais mais 53.500 na Turquia.
Provocou ainda dezenas de milhares de feridos e reduziu a escombros bairros inteiros.
O Alto-Comissariado das Nações Unidas (ACNUR) disse num comunicado divulgado em Genebra (Suíça) que milhares de pessoas continuam sem casa e em situação de vulnerabilidade.
"A Turquia é um dos maiores países de acolhimento de refugiados do mundo, enquanto a Síria, onde milhões de pessoas foram deslocadas pela crise de 13 anos, mesmo antes dos terramotos, está a sofrer graves perturbações económicas", assinalou.
Na Síria, segundo dados do ACNUR, cerca de 90% da população vive na pobreza, 12,9 milhões de pessoas encontram-se em situação de insegurança alimentar e 7,2 milhões estão deslocadas internamente.
"A braços com crises multifacetadas, 16,7 milhões de pessoas [na Síria] necessitam de assistência, contra 15,3 milhões no ano passado", alertou.
O ACNUR referiu que a Turquia acolhe 3,4 milhões de refugiados e o terramoto de há um ano afectou uma região que alberga cerca de 1,75 milhões de pessoas nessa situação.
"Apesar da resposta humanitária impressionante e inclusiva da Turquia, (...) o impacto do terramoto continua a ser sentido tanto pelos refugiados como pelos anfitriões turcos", afirmou.
"Embora o ACNUR aprecie a ajuda oportuna e generosa oferecida pelos doadores, apela a um apoio contínuo para garantir a satisfação das necessidades humanitárias críticas", acrescentou.
O subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários e Coordenador da Ajuda de Emergência da ONU, Martin Griffiths, também assinalou a data para assegurar que a ajuda vai continuar.
"Como vi em primeira mão em ambos os países, comunidades inteiras perderam as suas casas e milhares de edifícios foram arrasados, com escolas, hospitais, mesquitas e igrejas destruídas ou danificadas", afirmou.
Griffiths destacou que na Síria, os sismos "vieram agravar uma situação já de si terrível, causada por um conflito prestes a atingir a marca dos 13 anos".
"Trabalhando com os nossos parceiros, continuamos a prestar assistência a milhões de pessoas em toda a Síria todos os meses, incluindo as afectadas pelos terramotos" acrescentou. (RM-NM)
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