Dezenas de pessoas morreram num "grande ataque" a uma mesquita em Natiaboani, no Burkina Faso, no domingo, no mesmo dia em que ocorreu outro ataque mortal numa igreja católica, segundo fontes de segurança e locais.
"Indivíduos armados atacaram uma mesquita em Natiaboani no domingo por volta das 05h00, causando várias dezenas de mortos", disse uma fonte de segurança à agência de notícias France-Presse (AFP). "As vítimas são todas muçulmanas, a maioria homens que se reuniam na mesquita" para rezar, avançou um residente local entrevistado por telefone.
Outra fonte local explicou que "os terroristas entraram na cidade de madrugada, cercaram a mesquita e dispararam contra os fiéis que ali estavam para a primeira oração do dia, vários deles foram mortos a tiro, incluindo um importante líder religioso".
"Os elementos do destacamento militar e dos Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP, forças civis de apoio ao exército) também foram alvo destes disparos em grande número", indicou a mesma fonte, referindo-se a um "ataque em escala", tendo em conta o número de agressores, que também causou danos materiais significativos.
Natiaboani é uma comuna rural localizada a cerca de 60 quilómetros a sul de Fada N'Gourma, capital da região leste, regularmente alvo de ataques de grupos armados desde 2018.
Mesquitas e imãs já foram alvo de ataques atribuídos a terroristas noutras alturas. E também atingiram, por vezes, igrejas neste país, onde os raptos de clérigos cristãos aumentaram.
No mesmo dia do ataque à mesquita, pelo menos 15 fiéis foram mortos e dois ficaram feridos por supostos terroristas durante a missa numa igreja católica no norte de Burkina Faso, segundo o vigário geral da diocese de Dori, o abade Jean-Pierre Sawadogo.
Vários outros ataques ocorreram no domingo, nomeadamente contra o destacamento militar de Tankoualou (leste), contra o 16.º Batalhão de Intervenção Rápida, perto de Kongoussi (norte), e o batalhão misto na zona de Ouahigouya (norte).
"A resposta dos elementos [das forças armadas] a estes vários ataques, apoiados por meios aéreos", permitiu "neutralizar várias centenas de terroristas", segundo fontes de segurança.
Desde 2015, o Burkina Faso tem sido confrontado com a violência terrorista atribuída a movimentos armados afiliados à Al-Qaida e ao grupo Estado Islâmico, que causou quase 20 mil mortos e mais de dois milhões de deslocados. (RM-Angop)
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