ACNUR denuncia inacção do Conselho de Segurança face a crises no mundo

Publicado: 31/05/2024, 11:05
Categoria:

O líder do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) denunciou, esta quinta-feira, o crescente número de deslocados e refugiados em todo o mundo devido às guerras, ao mesmo tempo que criticou a inacção do Conselho de Segurança.
Num 'briefing' perante os 15 Estados-membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), Filippo Grandi, não poupou nas críticas ao órgão da ONU cujo mandato é zelar pela paz e segurança internacionais.
"É um cenário político sombrio o que vejo à nossa volta, do meu ponto de vista humanitário: decisões míopes de política externa, muitas vezes com duplicidade de critérios, com palavras ditas da boca para fora sobre o cumprimento da lei, mas com poucos esforços exercidos mesmo por parte deste Conselho para realmente defendê-lo", declarou Grandi.
As duras palavras do diplomata italiano seguiram-se a um 'briefing' em que expôs a pesada realidade enfrentada por refugiados e deslocados ao redor do mundo, frisando que o número de pessoas que foram forçadas a fugir das suas casas por causa da guerra, da violência e da perseguição atingiu 114 milhões na última contagem do ACNUR.
"No próximo mês actualizaremos este número. Será mais alto. As soluções políticas necessárias para resolver a questão das deslocações continuam obviamente ausentes", lamentou.
O alto-comissário indicou que as violações do direito humanitário internacional continuaram a ter um efeito devastador em milhões de vidas em todo o mundo, incluindo forçar as pessoas a fugir.
"Em nenhuma das crises de refugiados e de deslocação que vos descrevi em Outubro passado vimos algum sinal de progresso a este respeito", frisou.
O diplomata recordou que quase ninguém quer sair de casa, em qualquer lugar do planeta, mas que a maioria o faz por causa da violência ou da guerra, dando como exemplo a deslocação de pessoas de África para a Europa.
Traçando um quadro sombrio sobre a situação de milhões de pessoas em todo o mundo, Grandi contou, a título de exemplo, que na República Democrática do Congo há crianças forçadas a sexo por um preço inferior ao de "uma bebida gelada".
"Mas como podem os membros das Nações Unidas, como podemos 'nós, o povo', prestar tão pouca atenção e ter tanta inacção num lugar onde o sexo com uma criança pode ser comprado por menos do que uma bebida gelada? Que mancha vergonhosa para a humanidade", criticou.
Em mais um alerta para a comunidade internacional, Grandi lembrou que é demasiado tarde para ajudar as dezenas de milhares de pessoas já mortas na Faixa de Gaza, na Ucrânia, no Sudão, na República Democrática do Congo, em Myanmar e em tantos outros locais.
"Mas não é tarde demais para concentrar a atenção e a energia nas crises e conflitos que permanecem por resolver, para que não possam apodrecer e explodir novamente. […] Ainda não é tarde para tentar salvar incontáveis milhões de pessoas do flagelo da guerra", instou o líder do ACNUR. (RM /NMinuto)

Tags: 

Últimas Notícias

Rádio Moçambique

Rua da Rádio N 2, P.O.Box 2000 | Rádio Moçambique, EP
Email: info@rm.co.mzFixo: +258 21 42 99 08Fax: +258 21 42 98 26
Subscreva agora

Bem-vindo ao nosso Centro de Subscrição de Newsletters Informativos. Subscreva no formulário abaixo para receber as últimas notícias e actualizações da Rádio Moçambique.

Newsletter Form (#3)
Instale a nossa App

crosschevron-down linkedin facebook pinterest youtube rss twitter instagram facebook-blank rss-blank linkedin-blank pinterest youtube twitter instagram