Ramaphosa confiante no bom desempenho do governo de unidade nacional

Publicado: 19/06/2024, 18:52
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O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, destacou esta quarta-feira, em Pretória, durante o seu discurso de empossamento para o segundo mandato, que a formação de um governo de unidade nacional vai criar estabilidade e inclusão multiracial.

No acto testemunhado pelo Presidente da República, João Lourenço, Ramaphosa disse que um governo de unidade nacional vai promover o crescimento económico e conduzirá os seus representantes a trabalhar em prol da nação, promovendo o emprego e protecção da comunidade.

"A formação de um Governo de Unidade Nacional é um momento de grande significado. É o início de uma nova era", declarou o chefe de Estado, de 71 anos, durante o discurso de tomada de posse na capital, Pretória.

"Eu, Matamela Cyril Ramaphosa, juro que serei fiel à República da África do Sul e que obedecerei, observarei e defenderei a Constituição e todas as outras leis da República", declarou Ramaphosa ao fazer o juramento de posse perante o chefe do poder judicial sul-africano, o juiz Raymond Zondo.

Com este juramento, ocorrido no Anfiteatro do Union Buildings, sede do executivo sul-africano, iniciou-se uma nova fase na história do país, marcada por um Governo de unidade nacional sem precedentes, cuja composição ainda não foi revelada.

No seu discurso, afirmou que o actual momento no país é de criar um ambiente de trabalho em conjunto e seguir em frente para construção de uma sociedade inclusiva, com vista a promoção da paz e igualdade para todos.

Disse que a formação do governo de unidade nacional surge num momento de profundo significado e marca o início de uma nova era para juntos construírem uma nação forte e unida.

Sublinhou que os partidos políticos adoptaram consenso para promover o desenvolvimento económico, a justiça social, saúde, educação, o combate à corrupção e construir uma nação unida.

No acto, em que Ramaphosa fez o juramento perante o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Raimond Zondo, contou também com as presenças de Chefes de Estados e de Governo do Botswana, Comores, República Democrática do Congo, e-Swatini, Lesotho, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seychelles, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe e Congo.

A cerimónia foi marcada por algumas demonstrações das Forças de Defesa Nacional Sul-Africana, seguindo-se o juramento de lealdade à República e ao Comandante-em-Chefe, Cyril Ramaphosa.

Incluiu igualmente uma saudação de 21 salvas de tiros, um voo da Força Aérea Sul-Africana, desfile de um batalhão da Força de Defesa Nacional e marcha dos distintos ramos das Forças Armadas sul-africanas.

No dia 14 deste mês, a Assembleia Nacional da África do Sul (Câmara Baixa) reelegeu Ramaphosa para liderar o país, apesar de ter perdido a maioria absoluta nas eleições de 29 de Maio, horas depois de John Steenhuisen, líder do principal partido da oposição Aliança Democrática (AD, liberal de centro-direita), ter dito numa mensagem à nação que tinha chegado a um acordo com o partido do Presidente para um "governo de unidade nacional".

O partido de Ramaphosa, o histórico Congresso Nacional Africano (ANC), obteve 40,20% dos votos e 159 dos 400 lugares no parlamento, enquanto o PD, herdeiro da liderança política branca que se opôs ao apartheid, obteve 21,81% dos votos e 87 lugares.

O ANC perdeu a sua maioria absoluta pela primeira vez desde as eleições de 1994, quando Nelson Mandela se tornou o primeiro presidente negro do país e o regime segregacionista do apartheid (1948-1994) foi abolido.

Ramaphosa obteve 283 votos, muito à frente do outro candidato, Julius Malema, do partido de esquerda Economic Freedom Fighters (EFF), que recebeu 44.

Depois de ter desempenhado um papel importante nas negociações que conduziram ao desmantelamento do apartheid, de ter sido líder sindical e de ter prosperado no sector privado, Ramaphosa chegou à presidência em 2018 com a promessa de mudança para acabar com a corrupção que manchou o mandato do seu antecessor, Jacob Zuma (2009-2018).

O novo Governo, a ser formado nos próximos dias, deverá incluir membros de quatro partidos de oposição, designadamente, Aliança Democrática (DA), principal força de oposição, Partido Livre Inkatha (IFP) e a Aliança Patriótica (AP).

A África do Sul está localizada no extremo sul do continente africano entre os oceanos Atlântico e Índico, com uma superfície de 1 221 037 quilómetros quadrados e uma população estimada em 60 414 495 habitantes .

É limitado pela Namíbia, Botswana e Zimbábwe a norte, bem como por Moçambique,  e-Swatini e Lesoto a leste.

Considerado uma economia de renda média alta pelo Banco Mundial é tido  como um mercado emergente.  (RM-Angop)

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