O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, manifestou a intenção de concluir o dossier sobre o Governo de Unidade Nacional, ainda esta semana.
A manifestação vem expressa numa carta que Cyril Ramaphosa escreveu para o líder da Aliança Democrática, John Steenhuisen, face ao impasse na conclusão da negociações para a formação do Governo de Unidade Nacional.
Vamos por partes:
Inicialmente, a Aliança Democrática disse que pretendia o Posto de Vice-Presidente, dirigir 12 Ministerios e ter uma palavra a dizer na nomeação dos diretores-gerais dos Ministerios.
Mais tarde, após conversações directas, o Presidente Ramaphosa teria concordado em atribuir a Aliança Democrática seis Ministérios, nomeadamente do Interior; Comércio, Indústria e Concorrência; Obras Públicas; Ensino Básico; Comunicação e Tecnologias Digitais e Florestas, Pescas e Ambiente.
Igualmente teria sido garantida a atribuição de cargos de vice-ministro das Finanças; Energia e Desenvolvimento de Pequenas Empresas. Um quarto vice-Ministro seria determinado a posterior.
Estes entendimentos foram alcançados na segunda-feira.
Um dia depois, a Aliança Democrática escreveu a Cyril Ramaphosa a agradecer as propostas, mas propunha que lhe fossem atribuídos mais dois Ministérios, que seriam entre Desporto, Artes e Cultura; Agricultura, Desenvolvimento Rural e Reforma Agraria e Administração e Função Pública.
É sobre estas novas exigências que Ramaphosa escreveu a John Stenhiussen a evocar urgência na formação do Governo de Unidade Nacional e a manter a porta de diálogo ainda aberta.
Ramaphosa acusa a Aliança Democrática de minar as bases para as negociações do Governo de Unidade Nacional e de mudar constantemente de posições alcançadas em consenso, ao pretender subir de seis para oito as pastas ministeriais.
O presidente também rejeita o novo estilo de negociações, que agora é por via de cartas que vazam na imprensa.
A Aliança Democrática diz estar irritado por Ramaphosa ter voltado atrás ao retirar a pasta do Comercio, Industria e Concorrência, trocando-a com a de Turismo.
Analistas acreditam que só um novo frente a frente entre Ramaphosa e Steenhuisen pode salvar o Governo de Unidade Nacional na África do Sul. (RM Johannesburg)
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