Trezentos trinta e quatro estudantes raptados em 11 de dezembro, na sequência de um ataque a uma escola no noroeste da Nigéria, foram libertados na quinta-feira, anunciaram as autoridades.
O grupo fundamentalista Boko Haram reivindicou o rapto dos alunos da Escola Secundária de Ciências, um colégio público masculino na cidade de Kankara, no estado de Katsina.
Em declarações a órgãos de comunicação locais, o governador de Katsina, Aminu Masari, disse que os alunos estavam num bosque em Tsafe, no vizinho estado de Zamfara, desde do rapto, estando a caminho de Katsina, onde devem chegar ainda esta sexta-feira.
"Estamos muito felizes por anunciar o resgate dos rapazes de Kankara. Pelo menos 334 estão já com agências de segurança e serão levados para Katsina", afirmou o governador, numa mensagem difundida na rede social Twitter.
"Terão a atenção e os cuidados médicos adequados antes de se reunirem com as famílias", acrescentou Masari, sem adiantar pormenores sobre a libertação dos estudantes.
No Twitter, o Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, saudou "a libertação dos estudantes".
"É um grande alívio para todo o país e para a comunidade internacional. Todo o país agradece o governador Masari, as agências de segurança, o exército e a polícia", acrescentou.
A libertação foi anunciada algumas horas depois do Boko Haram ter difundido um vídeo que mostra alegadamente mais de 300 estudantes raptados.
"Fomos capturados pelo grupo de Abubakar Shekau [líder do Boko Haram]. Alguns de nós foram assassinados", afirmou, no vídeo, um estudante em inglês e em hausa (idioma falado no norte da Nigéria).
O líder do Boko Haram fala no final do vídeo para assinalar que muita gente pensou
Em 2014, 276 raparigas de um colégio interno em Chibok, no noreste da Nigéria, foram raptadas pelo Boko Haram e até hoje desconhece-se o paradeiro de pelo menos 112 raparigas.
Criado em 2002 em Maiduguri, capital do estado de Borno, pelo líder espiritual Mohamed Yusuf para denunciar o abandono do norte do país pelas autoridades.
Desde a morte de Yusuf, em 2009, o grupo radicalizou-se e o nordeste da Nigéria está mergulhado na violência do Boko Haram, que procura impor um estado islâmico na Nigéria, de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.
Até agora, o Boko Haram assassinou mais de 27 mil civis e levou cerca de dois milhões de pessoas a fugirem de suas casas, de acordo com dados da ONU. (RM-NM)
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