PR participa no culto de gratidão a Dom Carlos Matsinhe

O Presidente da República, Filipe Nyusi, participa, hoje, no Pavilhão do Maxaquene, em Maputo, no Culto de Gratidão pelo Sacerdócio e Episcopado de Dom Carlos Matsinhe, Bispo da Igreja Anglicana de Moçambique e Angola.

O culto realiza-se por ocasião da passagem à Reforma de Dom Carlos Matsinhe – refere um comunicado da Presidência da República recebido na nossa Redacção. (RM)

Nota Biográfica de Dom Carlos Matsinhe

Carlos Simão Matsinhe (nascido em 2 de Outubro de 1954) é um bispo anglicano moçambicano e o primeiro Arcebispo da Igreja Anglicana de Moçambique e Angola (IAMA). Ele é o 11º bispo anglicano dos Libombos, Moçambique, e o segundo bispo nascido em Moçambique a ocupar essa posição.
Como o líder simbólico da Igreja Anglicana em Moçambique, Dom Matsinhe foi fundamental na expansão da Igreja em Moçambique de 2 dioceses para 8, e na união com mais 3 em Angola, formando a 42ª província da Comunhão Anglicana. Seu trabalho moldou significativamente a estrutura e o alcance da igreja na região.
Primeiros anos e educação
Matsinhe nasceu em Homoíne, Inhambane e foi educado numa escola missionária católica romana. Posteriormente, frequentou o Colégio Nossa Senhora da Imaculada Conceição em Inhambane. Com o apoio do Bispo Daniel Pina Cabral, Matsinhe estudou teologia e treinou para o sacerdócio no Seminário Anglicano de São Marcos em Dar-es-Salaam, Tanzânia, afiliado à Universidade de Makerere, de 1975 a 1979, uma das Universidades mais antigas no continente Africano.

Ministério
Matsinhe foi ordenado diácono em 1979, enquanto trabalhava como tradutor e técnico na Mabor General, a fábrica estatal de pneus. Ele foi ordenado sacerdote em 6 de Janeiro de 1980 e, subsequentemente, serviu como reitor da paróquia de Santos Estêvão e Lourenço, capelão da Missão para Marinheiros e da Federação de Estudantes Anglicanos.

Dom Matsinhe é amplamente considerado um pioneiro no desenvolvimento do sector de educação privada, após o Acordo de Paz de 1992. No início dos anos 1990, como reitor de Santos Estêvão e Lourenço de Maxaquene, ele e membros da congregação estabeleceram um Centro de Reabilitação de Crianças de Rua. Este centro forneceu abrigo, educação e reintegração para crianças de rua.
Em colaboração com a DanChurchAid, Dom Matsinhe arrecadou fundos e coordenou a construção da Escola Anglicana de São Cipriano em Maputo. Liderou a tradução da liturgia anglicana para o Xitswa, sua língua materna.

Durante a sua transferência para Maciene no final da década de 1990, Dom Matsinhe rapidamente se tornou um pilar da comunidade. Como decano da Catedral de Maciene, procurou estabelecer um fundo de segurança social para os padres. Colaborou com a Fundação para o Desenvolvimento Comunitário (FDC) na criação do Centro de Artes Paulo Mabumo.
Ao longo de sua carreira, Dom Matsinhe manteve relações estreitas com a Igreja Anglicana da África do Sul, a Igreja Lusitana, as Igreja Episcopal do Brasil e dos EUA, a Diocese de Västerås na Suécia e a Igreja Menonita.

Trabalhou diligentemente com o Arcebispo Anglicano Sul-Africano da Cidade do Cabo, o Reverendíssimo Thabo Makgoba, levando à criação das dioceses de Maciene, Inhambane, Sofala, Púngue, Tete, Zambézia e Nampula, além das dioceses já existentes de Lebombo e Niassa.

Ele tem sido um promotor activo do ecumenismo e do diálogo inter-religioso. Durante seu mandato de dez anos como Bispo dos Libombos, a sua prioridade foi a descentralização da igreja, dando mais autonomia às paróquias da Comunhão Anglicana em Moçambique.

Neste momento de reforma do sacerdócio, faz a transição de uma vida de serviço e activismo na igreja para uma de reflexão pessoal e tempo com a família.
O legado de Dom Matsinhe é de construção, cuidado e expansão da igreja e da comunidade com amor e dedicação. (RM/JP/IMN)