Pelo menos 12 pessoas foram mortas no nordeste da República Democrática do Congo (RDCongo) este fim de semana em ataques das Forças Democráticas Aliadas (ADF), grupo rebelde com ligações ao Estado Islâmico (EI), informaram as autoridades locais.
"Três pessoas foram mortas em Mabunda e outras nove em Bandulu, no setor de Bapere, dentro do território de Lubero, na província congolesa de Kivu do Norte", disse o chefe daquele setor, Macaire Sivikunulya, à Actualité, um órgão de comunicação local.
Enquanto alguns civis conseguiram escapar aos ataques, quatro pessoas estão gravemente feridas no hospital e uma mulher, que foi violada e ferida, está num centro de saúde local, acrescentou Samuel Kagheni, o presidente da sociedade civil de Bapere.
O primeiro ataque teve como alvo a aldeia de Mabunda no sábado e o segundo aconteceu horas mais tarde na aldeia de Bandulu, adiantou Sivikunulya.
"Algumas das vítimas foram mortas quando as suas casas foram incendiadas, enquanto outras foram reunidas na aldeia e depois decapitadas", explicou o chefe do setor de Bapere, onde a violência se intensificou nos últimos meses.
Nas duas últimas semanas, cerca de 90 civis foram mortos na província de Kivu Norte pelas ADF.
As ADF são uma milícia de origem ugandesa, mas têm atualmente as suas bases nas províncias congolesas vizinhas do Kivu do Norte e de Ituri, onde realizam ataques frequentes e mantêm a população aterrorizada desde que intensificaram os ataques contra civis.
Os objetivos daquele grupo não são ainda claros, para além de uma possível ligação ao Estado Islâmico, que por vezes reivindica a responsabilidade pelas suas ações.
As autoridades ugandesas também acusam o grupo de organizar ataques no seu território e, em novembro de 2021, os exércitos do Uganda e da RDCongo, que faz fronteira com Angola, iniciaram uma operação militar conjunta em curso para combater estes rebeldes.
Embora os peritos do Conselho de Segurança das Nações Unidas não tenham encontrado provas de apoio direto do Estado Islâmico às ADF, os Estados Unidos identificaram as ADF, desde março de 2021, como uma "organização terrorista" afiliada do grupo terrorista.
Desde 1998, o leste da RDCongo está mergulhado num conflito alimentado por mais de uma centena de grupos rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão da ONU no país. (RM-NM)
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