Israel investiga passaportes fraudulentos. Filho de Netanyahu visado

A polícia israelita entrou hoje na sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Jerusalém, no âmbito de uma investigação sobre a emissão de passaportes diplomáticos fraudulentos, incluindo um do filho mais velho do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

Segundo o jornal israelita Haaretz, os agentes confiscaram documentos relativos à época em que o ministério era dirigido por Eli Cohen, hoje ministro da Energia, mas que entre 2022 e 2024 deteve a pasta dos Negócios Estrangeiros.

O ministro deverá ser interrogado pelas autoridades no âmbito da investigação, iniciada há algumas semanas.

O escândalo eclodiu em dezembro de 2023, após a publicação no Haaretz de um exclusivo em que apontava Cohen como supostamente responsável pela emissão de passaportes diplomáticos a importantes membros do Likud, partido de Netanyahu, incluindo o filho do primeiro-ministro, e contra os critérios dos profissionais do ministério.

Após a notícia, a procuradora-geral de Israel, Gali Baharav-Miara, ordenou uma investigação do caso.

"Este é um passo importante para esclarecer os factos e garantir a boa governação nas instituições", afirmou hoje o Movimento para um Governo de Qualidade em Israel, que defende a democracia.

O grupo pediu ao Supremo Tribunal israelita que cancele os passaportes em questão, incluindo o de Yair Netanyahu, e apelou a todos os envolvidos para cooperarem com a investigação.

Os passaportes diplomáticos permitem que os funcionários governamentais viajem entre países com maior facilidade e existem diretrizes claras do Ministério dos Negócios Estrangeiros que regulam a quem lhes pode aceder: ministros, deputados, altos funcionários militares, diplomatas e altos funcionários judiciais.

Aqueles que não constam nessa lista têm de receber a aprovação de um comité especial que decide se há razões de segurança nacional ou diplomáticas que justifiquem a emissão de um passaporte diplomático.(RM-NM)