Chegou, discursou e... fugiu. O (breve) regresso de Puigdemont à Espanha

Publicado: 09/08/2024, 8:56
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O independentista surgiu nas ruas de Barcelona ao início da manhã desta quinta-feira. Tinha como objectivo marcar presença na investidura do novo governo regional socialista, mas corria o risco de ser detido. Decidiu então fugir após discursar perante apoiantes e até agora não foi localizado.


Sete anos após ter protagonizado a declaração unilateral de independência da Catalunha e de ser alvo de um mandado de detenção pelas autoridades espanholas desde então, Carles Puigdemont decidiu regressar a Espanha. Esta quinta-feira, discursou perante uma multidão no centro de Barcelona e conseguiu fugir antes de ser intercetado pela polícia catalã.

O independentista e antigo presidente do governo regional da Catalunha apareceu nas ruas de Barcelona pelas 9h00 locais e foi recebido por uma multidão de mais de duas mil pessoas, numa concentração convocada pelo seu partido, o Juntos Pela Catalunha (JxCat).


Num discurso, numa praça nas imediações do parlamento catalão, Puigdemont condenou a "politização da justiça" espanhola, que lhe recusa a amnistia aprovada pelo parlamento de Espanha. "Não nos interessa estar num país em que as leis de amnistia não amnistiam", denunciou.
"Nos dias difíceis temos de estar juntos. Não sei quanto tempo vai demorar até nos voltarmos a ver, mas aconteça o que acontecer, quando nos voltarmos a ver, espero que possamos gritar juntos mais uma vez: Viva a Catalunha livre", disse ainda.


A fuga e um plano que se revelou "perfeito"
Depois de se ter dirigido à multidão e de a organização da concentração ter pedido pelos microfones para ser criado um corredor de apoiantes para acompanhar a marcha de Puigdemont até ao parlamento regional, o dirigente separatista desapareceu e desconhece-se neste momento o seu paradeiro.
A polícia catalã tinha montado um perímetro de segurança em redor do parlamento, com uma barreira policial que Puigdemont teria de cruzar para aceder ao edifício, mas nunca chegou a esse local.
Após a fuga, os Mossos d'Esquadra (polícia da Catalunha) deram início à Operação Jaula, um dispositivo de segurança, com controlo de estradas, para o tentar localizar e impedir que voltasse a sair para o estrangeiro, como aconteceu em 2017.
A operação começou pelas 10h00 locais e acabaria por terminar cerca de quatro horas depois, pelas 13h30 locais. Cerca de uma hora depois, o jornal catalão La Vanguardia anunciou que o dispositivo voltou a ficar activo.
Durante o período da operação, os Mossos d'Esquadra anunciaram que um elemento da sua polícia foi detido por suspeita de ter ajudado Puigdemont a abandonar o centro de Barcelona sem ser detido.
Segundo fontes da polícia da Catalunha citadas por vários meios de comunicação social espanhóis, os Mossos detiveram um dos seus agentes, que é dono do carro em que a polícia pensa que Puigdemont fugiu.
Afinal, porque voltou Puigdemont a Espanha?
O independentista foi eleito deputado do parlamento catalão nas eleições do passado dia 12 de Maio e anunciou, na quarta-feira, que estaria presente na sessão parlamentar desta quinta-feira, convocada para votar a investidura do socialista Salvador Illa.
Num vídeo, divulgado nas redes sociais, admitiu que arriscaria ser detido, mas considerou que a detenção seria "arbitrária e ilegal" por já estar em vigor a lei de amnistia para separatistas da região. Em causa está o facto de o Tribunal Supremo espanhol ter recusado, num primeiro parecer, aplicar a amnistia a Puigdemont, que apresentou recurso desta decisão e aguarda uma resposta.
Já o seu advogado referiu Puigdemont não tinha como objectivo "ser preso ou boicotar qualquer sessão investidura" com o seu regresso, mas sim "exercer o seu direito de deputado eleito".
O Partido Socialista da Catalunha (PSC, estrutura regional do Partido Operário Espanhol, PSOE) foi o mais votado nas últimas eleições catalãs, em que as forças independentistas perderam a maioria absoluta que nos últimos 14 anos garantiu sempre executivos separatistas na região. O partido de Puigdemont foi o segundo mais votado.
No entanto, o socialista Salvador Illa negociou o apoio da independentista Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), que foi o terceiro partido mais votado, para ser investido presidente da Generalitat. (RM /NMinuto)

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