Malawi enfrenta crise de combustíveis

Está instalada mais uma vez a crise de abastecimento de combustíveis, no Malawi.

Já lá vão duas semanas que as bombas de combustíveis registam longas filas de automóveis sobretudo movidos à gasolina, pernoitando noites e noites à espera da disponibilidade do produto que está a ser abastecido à conta gota.

Um dos factores cruciais nesta crise, é a pressão que está a ser exercida sobre o governo para que aumente os preços dos combustíveis, como forma de ajustar o custo/benefício, face a depreciação da moeda local.

Desde Novembro de 2023, a Autoridade Reguladora de Energia do Malawi, manteve o preço da gasolina em 2 530 kwachas por litro, sendo 93,25 meticais e do diesel em 2 734 kwachas por litro, o equivalente a 100,76 meticais.

Estes preços, são considerados desajustados para os fornecedores dos combustíveis, num país sem litoral.

Foi assim que os importadores de combustível sofreram perdas de 785 biliões de dólares, cerca de 29 biliões de meticais, após a Autoridade de Energia do Malawi, não ter ajustado os preços dos combustíveis para cima, de acordo com o custo da importação do produto.

Contudo, o porta-voz do governo Moses Kunkuyu atribuiu a escassez aos baixos níveis de fornecimento do produto, exacerbados pela escassez de divisas.

Por dez dias, os fornecedores pararam de transportar combustíveis porque o governo não os pagou.

Kunkuyu assegurou que neste momento a despesa já foi liquidada, e está se a mobilizar recursos para assegurar uma facilidade de 100 milhões de dólares do Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico na África.

É ainda notícia a detenção pela polícia malawiana da secretária-geral do partido UTM e ex-Ministra de Género, Criança, e acção social, Patricia Kaliati.

O oficial de Relações Públicas da Polícia Nacional, Peter Kalaya, que não deu muitos detalhes, apenas informou que Kaliati é suspeita de conspirar para o cometimento de um crime ao lado de outros dois indivíduos por se localizarem.

Patricia Kaliati, tem sido uma crítica ferrenha do actual governo desde a morte do então vice-presidente e líder do UTM, Saulos Chilima, vítima de acidente de aviação. (RM Blantyre)