A Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) saudou hoje o relatório da organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional que acusa Israel de genocídio contra os palestinianos na Faixa de Gaza, considerando-o "baseado em provas".
"A Amnistia é uma organização mundial credível que baseia os seus relatórios em provas", declarou à agência noticiosa France-Presse (AFP) Ahmad al-Dik, conselheiro do ministro dos Negócios Estrangeiros palestiniano.
A Amnistia Internacional publicou hoje um relatório acusando Israel de "cometer genocídio" contra os palestinianos na Faixa de Gaza desde o início da guerra, a 07 de outubro de 2023, apelando à comunidade internacional para não ser "cúmplice".
"Mês após mês, Israel tem tratado os palestinianos de Gaza como um grupo de sub-humanos, indignos de respeito pelos direitos humanos e pela dignidade, demonstrando a sua intenção de os destruir fisicamente", afirmou a secretária-geral da organização, Agnès Callamard.
Este relatório de 300 páginas destaca "elementos suficientes para concluir que Israel cometeu e continua a cometer genocídio contra os palestinianos na Faixa de Gaza" desde o ataque sem precedentes do movimento islâmico palestiniano Hamas, a 07 de outubro de 2023, no sul de Israel, que desencadeou a atual guerra, afirma a Amnistia Internacional.
Por seu lado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita rejeitou hoje o relatório da Amnistia Internacional, organização de defesa e promoção dos direitos humanos, com sede em Londres.
"A deplorável e fanática organização Amnistia Internacional produziu mais uma vez um relatório fabricado que é totalmente falso e baseado em mentiras", disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita em comunicado.
Na nota, o Ministério contradiz o relatório, argumentando que o "massacre genocida de 07 de outubro de 2023 foi levado a cabo pela organização terrorista Hamas contra cidadãos israelitas".
"Desde então, os cidadãos israelitas têm sido sujeitos a ataques diários em sete frentes diferentes. Israel defende-se contra estes ataques agindo em total conformidade com as normas internacionais lei", é referido na nota.
No relatório, a Amnistia denunciou também a existência de crimes perpetrados pelo Hamas, anunciando paralelamente que publicará em breve um relatório sobre a ação que considera criminosa do movimento islamita.
O ataque do Hamas levou à morte de 1.208 pessoas do lado israelita, a maioria civis, segundo uma contagem da Agência de Notícias France Press baseada em dados oficiais, incluindo reféns mortos ou mortos no cativeiro.
Das 251 pessoas raptadas em território israelita, 97 continuam presas em Gaza, 35 das quais foram declaradas mortas pelo exército israelita.
Peritos independentes da ONU acusaram repetidamente Israel de cometer "genocídio" na Faixa de Gaza. Em dezembro de 2023, a África do Sul apresentou um processo no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) acusando Israel de cometer "genocídio".
A 21 de novembro, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de captura contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o seu antigo ministro da Defesa Yoav Gallant por crimes contra a humanidade e crimes de guerra em Gaza.
Desde o início da guerra lançada em retaliação por Israel, 44.580 pessoas foram mortas em Gaza, a maioria civis, segundo os dados hoje divulgados pelo Ministério da Saúde do Hamas para Gaza, considerados fiáveis pela ONU. (RM-NM)
Bem-vindo ao nosso Centro de Subscrição de Newsletters Informativos. Subscreva no formulário abaixo para receber as últimas notícias e actualizações da Rádio Moçambique.