A fronteira de Ressano Garcia, na província de Maputo, entre Moçambique e África do Sul, voltou ontem a funcionar com alguma normalidade depois da agitação que se verificou na quinta-feira, quando manifestantes condicionaram o movimento migratório.
Ontem, o maior posto fronteiriço terrestre do país registava longas filas de viaturas de carga, de passageiros e particulares, no sentido África do Sul-Moçambique.
Segundo Fernando Tinga, porta-voz da Autoridade Tributária de Moçambique, o fluxo migratório foi retomado depois de a Polícia da República de Moçambique intervir para garantir a segurança deste posto fronteiriço.
Na sequência, os manifestantes incendiaram, na madrugada de ontem, o porto seco, agência bancária e discoteca pertencente a um empresário local.
O Ministério dos Transportes e Comunicações reconheceu limitação no funcionamento da fronteira em resultado dos protestos que têm culminado em actos de vandalismo, há vários dias, um pouco por todo o país.
Ao “Notícias”, confirmou que em alguns dias a fronteira esteve praticamente fechada devido às acções dos manifestantes, que restringiram, em grande medida, o comércio transfronteiriço e a circulação de pessoas e mercadorias.
Refira-se que, nos últimos dias, os manifestantes chegaram ao ponto de quererem definir o tipo de mercadorias que pode passar pela fronteira.
Neste contexto, esclarece que estas ocorrências, especificamente, não constituem o exercício do direito de manifestação, mas representam uma afronta à soberania do Estado, que tem o dever de garantir a livre circulação de pessoas e bens e a protecção das fronteiras.
Entretanto, devido à persistência dos tumultos, o Governo sul-africano tinha anunciado o encerramento desta fronteira apelando aos empresários que suspendessem o transporte de mercadorias pelo posto de Ressano Garcia. (RM/ Notícias)
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