Consideram o país como o "início do caminho" para desvendar a origem da Covid-19.
Os especialistas da missão da Organização Mundial da Saúde (OMS) encarregados de investigar as origens do novo coronavírus começaram hoje a deixar a China, país que consideram o "início do caminho" para desvendar a origem da covid-19.
"A equipa está a trabalhar até sair [da China]. Este é apenas o início do caminho, com muito trabalho a ser feito, seguindo as pistas dos nossos colegas chineses", afirmou hoje o britânico Peter Daszak, membro da missão, na rede social Twitter.
"Muito orgulhoso das nossas conquistas e realista sobre o percurso que nos espera", acrescentou.
Também Marion Koopmans, virologista holandesa, declarou-se "exausta", mas comemorou a missão de 27 dias em Wuhan, a cidade chinesa onde foram diagnosticados os primeiros casos de covid-19.
"Estou realmente ansiosa para dar os próximos passos", escreveu no Twitter.
A epidemiologista dinamarquesa Thea K. Fischer, que considerou na mesma rede social que a missão foi uma "experiência única", apontou duas teorias preliminares sobre as origens do vírus: através de um animal que serviu de hospedeiro intermediário para humanos ou através de algum alimento congelado.
Esta segunda teoria tem sido defendida pela China repetidamente, nos últimos meses, após a detecção de vestígios do vírus em alguns produtos congelados importados pelo país asiático.
A investigação é extremamente sensível para o regime comunista, cujos órgãos oficiais têm promovido teorias que apontam que o vírus teve origem em outros países.
A administração do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump acusou o Instituto de Virologia de Wuhan de ter deixado o vírus escapar, voluntariamente ou não.
Peter Daszak admitiu que a equipa teve de realizar as suas investigações num ambiente de pressão política.
O chefe da missão, o especialista em zoonose dinamarquês Peter Ben Embarek, descartou na que o vírus tenha tido origem num laboratório, e considerou a possibilidade de que tenha chegado à China por meio de produtos congelados.
"Tudo continua a apontar para um reservatório deste vírus, ou um vírus semelhante, nas populações de morcegos", seja na China, em outros países asiáticos ou mesmo em outros lugares, defendeu.
O especialista disse que rastrear o percurso do vírus ainda é um "trabalho em andamento".
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.325.744 mortos no mundo, resultantes de mais de 106,4 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. (RM /NMinuto)
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