9 de Janeiro de 2025
Família digitaliza obras de Malangatana
“Recordando Chico António” é um evento que reúne, este domingo, 12 de Janeiro, amigos e fazedores das artes, no espaço Massala Mar, na Katembe, para recordar um dos maiores ícones da música moçambicana, Chico António, falecido a 13 de Janeiro de 2024.
O evento que terá início a partir das 10:00 horas, contará com uma série de atracções, nomeadamente feira gastronômica, oficina de artes para crianças a ser orientado pelo artista visual Tchalata, música ao vivo com artistas locais e com o convidado especial, o Professor Orlando da Conceição acompanhado pela banda Xiwora Mati e o Dj Pateta. Está agendado também a projecção de fotos retratando parte da vida e obra do músico, assim como depoimentos de amigos e artistas para relembrar Chico.
O destaque do evento será a inauguração de um mural dedicado ao Chico António, que teve a intervenção dos artistas Jey Gandhy e Tchalata.
Jey Gandhy centrou a sua intervenção no retrato do músico Chico António enquanto que Tchalata trouxe a volta do retrato do Chico António, a necessidade de incluir um embondeiro como fora de representar o poder da intervenção do artista na sociedade.
Dito Paulo, um dos organizadores e amigo do Chico António, afirma que fazer parte da iniciativa é o cumprir com a realização de uma causa, a cultura, assim como considera ser uma das formas de eternizar o legado do Chico António, nomeadamente a questão do amor ao próximo.
“Este mural não é do Massala Mar, é um contributo para a nação moçambicana e não só. Chico era cidadão do mundo e por aqui passam cidadãos de vários cantos de mundo. Acreditamos que levarão a mensagem que Chico sempre defendeu: paz, amor e alegria com destaque aos mais necessitados.”
Breve Historial do ChIco António
Nascido em 1958 no distrito de Magude província de Maputo no sul de Moçambique, cresceu no internato da missão de S. José de Lhanguene e quando tinha 9 anos de idade torna-se solista de um coro de 50 pessoas na igreja ao mesmo tempo que se inicia na aprendizagem do trompete e solfejo durante 12 anos.
Entre 1979/1992 ele fez parte de grupos que compunham música com base em ritmos tradicionais moçambicanos tais como: Grupo Instrumental n°1 de música ligeira, RM (grupo da Rádio Moçambique) e Orquestra Marrabenta Star de Moçambique e faz tournées para (Inglaterra, Holanda, Itália, França, Portugal, Suécia, Noruega, Dinamarca, Zimbabwe, Guiné Conacry, Cabo-Verde e outros países.
Em 1990 ganha o prémio Descobertas da RFI (Radio França Internacional) e recebe uma bolsa de estudos para estudar técnicas bases de piano, arranjos e captação de sons em estúdio. Ele considera Manu Dibango o mentor que lhe aconselhou a concluir seus estudos e a voltar para Moçambique para pesquisar e incentivar outros músicos a trabalhar em pesquisas para a progressão da música moçambicana através dos ritmos tradicionais de Moçambique.
Grava seu primeiro disco em 1991 graças a RFI e a Maison des cultures du Monde. Chico trabalhou em laboratório de experimentos de fusão de instrumentos e ritmos tradicionais com instrumentos e ritmos modernos incentivando os profissionais e a nova geração a trabalhar nessa direcção de forma a encontrar uma maneira de estar e ser do músico moçambicano.
Em Outubro de 2014 lançou o disco “Memórias” com 15 temas com destaque para temas como Baila Maria, Mercandonga, Antlissa Maria, Vai comer camarão.
No dia 4 de Abril de 2018, o Conselho Municipal de Maputo atribuio ao músico Chico António o Prémio Carreira em reconhecimento as acções de promoção e valorização da cultura moçambicana a nível nacional assim como além-fronteira.
A voz do Chico António, calou-se no dia 13 de Janeiro de 2024, vítima de doença, no Hospital Central de Maputo (HCM). (RM)
Fotos: Emídio Jozine e Ouri Pota
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