A Ministra sul-africana de Defesa nega que o governo tenha enviado militares para o leste do Congo Democrático para, alegadamente, proteger interesses de empresários influentes com ligações ao presidente Cyril Ramaphosa.
Angie Motshekga respondia, esta terça-feira, a questões colocadas por parlamentares da comissão de defesa e veteranos militares, sobre os reais interesses de Pretoria ao integrar a missão militar estacionada em Goma, no leste do Congo Democrático.
Estes parlamentares alinham na narrativa segundo a qual o conflito na República Democrática do Congo é movido por interesses económicos, que envolvem recursos minerais.
A Ministra Motshekga rebateu estas alegações e reiterou que a missão na República Democrática do Congo é puramente de manutenção da paz e é coordenada pela SADC:
"Chefes de estado de quinze países reuniram-se a oito de Maio em Windhoek, na Namíbia. Foram os chefes de estado que tomaram a decisão de enviar a missão da SADC para o Congo Democrático. Agora alegar que quinze chefes de estado tenham decidido enviar militares para o Congo Democrático, para proteger interesses de empresários sul-africanos, é menosprezar a instituição SADC. É uma missão igualmente suportada pela União Africana. Agora, pensar que a União Africana vai apoiar uma missão que vai proteger interesses sul-africanos no Congo Democrático!…não poder ser verdade!", disse.
Kigali também tem alinhado na ideia de que a missão da SADC no Congo Democrático, não é uma missão de paz.
Por seu turno, o chefe do estado maior das forças armadas sul-africanas, o general Rudzani Maphwanya, disse aos parlamentares, sem detalhar, que os restos mortais dos 14 militares que perderam a vida em Goma vão ser repatriados hoje para a África do Sul.
Assegurou que os familiares dos falecidos estão a receber todo o tipo de apoio, por parte do governo sul-africano.
Contudo, nem a Ministra de Defesa e nem o Chefe do estado maior general das Forças armadas sul-africanas responderam directamente sobre a exigência de retirada dos soldados deste país do Congo Democrático.
Os dois dirigentes voltarão, nos próximos dias, a interagir com os parlamentares sobre o assunto, só que dessa vez as discussões não vão ser públicas. (RM Johannesburg)
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